São Paulo, quinta-feira, 17 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fundador é herói de imigrantes e vilão para feministas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Herói para os imigrantes, vilão para as feministas, certamente excêntrico para os acionistas.
Dov Charney, fundador e presidente-executivo da American Apparel, já foi acusado de assédio sexual por três ex-funcionárias e de conduzir reuniões só de cueca.
Tal disposição para chocar pode ser conferida nas fotografias que ele usa (e às vezes protagoniza) para as campanhas publicitárias da empresa, quase sempre com jovens modelos de lingerie, de maneira meio amadora.
Em setembro, um anúncio foi proibido na Inglaterra porque a garota da vez aparentava ser menor de idade. No mesmo ano, também perdeu um processo de indenização de US$ 5 milhões por uso indevido num outdoor de uma imagem de Woody Allen (vestido).
Já para os imigrantes Charney é um batalhador da causa. Nascido no Canadá, ele participa de protestos públicos e fez uma campanha pela anistia dos imigrantes ilegais, com camisetas com o slogan "Legalize LA" (legalize Los Angeles), até hoje vendidas em suas lojas.
Mais tarde, fez outra série com "Legalize Gay", a favor dos casamentos.
A rede é conhecida por pagar até US$ 12/hora na fábrica, incluindo benefícios, enquanto outras grandes varejistas usam mão de obra fora do país, em regiões como China, onde operários não recebem nem US$ 1/hora.
A American Apparel se orgulha de ser "made in USA", frase colada nas vitrines.
Além de conquistar revistas de moda, caiu nas graças dos ambientalistas ao promover o uso de energia solar, algodão orgânico e reciclagem de restos de tecidos, além de doar camisetas para instituições de caridade.
Em 2005, promoveu um evento para ajudar as vítimas do furacão Katrina, levando mulheres de biquíni para lavar carros. (FE)


Texto Anterior: Rede de roupas fashion vive polêmica
Próximo Texto: Lula pressiona a Câmara para concluir a votação do pré-sal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.