São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Brasil tem mais apetite para compras no exterior

Cresce a participação de empresas brasileiras como compradoras no mercado internacional.
Companhias de setores como petroquímica, telecomunicações, tecnologia e infraestrutura estão realizando mais intensamente operações com empresas no exterior, segundo o JP Morgan.
O movimento, até recentemente, era mais explorado pelas indústrias associadas ao consumo.
Das operações de fusões e aquisições assessoradas pelo banco de janeiro a setembro deste ano, mais de 75% foram "cross-border", com a presença forte de empresas brasileiras na aquisição de ativos estrangeiros.
"O alto número de operações de "cross-border" deixa claro que as empresas brasileiras estão aproveitando o cenário positivo para ampliar sua base de ativos estratégicos, além dos nacionais", informa o banco.
Entre os exemplos de que o JP Morgan participou recentemente estão o caso da Marfrig Alimentos, uma das maiores produtoras brasileiras de carne bovina, que comprou a Keystone Foods, por US$ 1,26 bilhão.
Nos Estados Unidos, em fevereiro, a Braskem adquiriu, por US$ 350 milhões, a Sunoco Chemicals, tornando-se a líder nas Américas e a terceira maior do mundo em produção de polipropileno.
Faz também parte deste grupo a negociação fechada em setembro entre a 3G Capital e a rede de fast-food Burger King, a segunda maior dos EUA, com US$ 4 bilhões.

"SABIA PALOCCI?"
"Você sabia disso, Palocci?" tem repetido a candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff em visita a empresários.
Segundo executivos e um membro do conselho de duas das maiores empresas de SP, todos nada petistas, Dilma deixou o estilo duro dos tempos de ministério de lado, aparentou interesse em ouvir os interlocutores, perguntou se o colega "queridinho do empresariado" estava a par do que contavam e ainda tomou notas. Apesar de serem duas das maiores pagadoras de impostos do Estado, o candidato tucano José Serra, por sua vez, não as visitou. "Também não nos recebia enquanto estava no governo", comentou um dos executivos.

A GOTA DO CAFEZINHO
A Café Gourmet Santa Monica, que produz grão "premium", investe em nova tecnologia de irrigação por gota, para obter mais frutos de uma mesma árvore. Com produção atual de 35 sacas de café por hectare, a companhia prevê aumentar esse número em mais de 70%, chegando a 60 sacas.

O QUE ESTOU LENDO
Patricia Stavis/Folhapress
José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras

O livro "Por que Odiamos as Companhias Petrolíferas", do ex-presidente da Shell John Hofmeister, traz múltiplas perspectivas para o futuro do petróleo, "mas, não, com a visão idílica de substituição do petróleo no curto prazo", diz o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. "Leio para entender por que nós somos tão odiados", brinca Gabrielli. E por que são "tão odiados"? "O petróleo teve 150 anos de preços muito baixos. Houve uma transformação da sociedade que é hoje dependente do produto."

"1822" (ed. Nova Fronteira, 352 págs.), de Laurentino Gomes, trata da constituição da sociedade brasileira, diz o presidente da Petrobras. "Mostra, por meio de pesquisa histórica e reportagem jornalística, uma visão multifacetada de como a sociedade se organizou. E mostra a força da Bahia. A independência baiana resultou de uma guerra pouco conhecida", afirma Gabrielli, nascido em Salvador.

PILOTO AUTOMÁTICO
A Algar Aviation, braço de negócios de aviação do Grupo Algar, ampliará seus dois hangares em Minas.
Com investimentos de R$ 5 milhões, as obras em Uberlândia devem começar ainda neste ano e em Belo Horizonte, em 2011.
"A demanda por manutenção de aviões está grande. Com o crescimento que se espera da aviação executiva, vai haver um estrangulamento se não fizermos a ampliação", diz Rogério Montalvão Elian, presidente da Algar Serviços.
As vendas de aeronaves novas ainda não se recuperaram da crise.
"Os preços de aviões usados nos EUA estão baixos, o que impede o avanço das vendas de novos."
A companhia, que é representante no Brasil da francesa Daher-Socata, deve fechar o ano com comercialização de três aviões.
"Ainda deve demorar três anos para esse mercado recuperar o auge dos anos 2007 e 2008."

Frederico Curado, presidente da Embraer
Não faltam miniaturas de aviões da Embraer, claro. Mas na sala da presidência, vê-se logo, há um grande torcedor. "O Botafogo é o time do coração e o melhor do Brasil", diz, bem-humorado, Frederico Curado. A camiseta do time de um cliente foi parar em um quadro. "Recebi ao fazer 41 anos, carinhosamente indicando que me consideravam do "time'".

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES



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