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Para gerador, estoque de energia encolheu
Associação de geradoras diz que, devido à demanda, água armazenada é suficiente para apenas quatro meses
Acordo entre setores elétrico e ambiental reduziu reservatórios e aumentou dependência por termelétricas
DE SÃO PAULO
DO RIO
A principal vantagem dos
grandes reservatórios de
água é permitir que o sistema
elétrico nacional seja abastecido de energia mesmo em
períodos de escassez de chuvas. Mas a capacidade tem
diminuído em relação à demanda.
Há dez anos, a água armazenada nos reservatórios
existentes era suficiente para
atender a dez meses de geração de energia (se apenas
usinas hidrelétricas funcionassem).
"Atualmente, com o atual
nível de demanda, essa capacidade garante suprimento
para apenas quatro meses.
Isso mostra a degradação do
estoque de energia", diz Flávio Neiva, presidente da
Abrage (Associação Brasileira das Empresas Geradoras
de Energia Elétrica).
Mário Veiga, presidente da
Consultoria PSR, diz que os
lagos formados pelos reservatórios funcionam como
uma "caderneta de poupança". Para ele, o debate sobre
os grandes reservatórios perdeu a racionalidade, já que
eles viraram tabu.
Da forma como ficou, a reserva brasileira deixou de ser
a água e passou a ser as térmicas a gás, de custo elevado
e com grandes emissões de
CO22.
De acordo com Veiga, em
15 anos a participação das
termelétricas passará de 25%
para 35%.
Maurício Tolmasquim,
presidente da EPE (Empresa
de Pesquisa Energética), diz
que as variáveis ambientais
vieram para ficar, apesar de
reconhecer que o país está
perdendo capacidade instalada com o atual acordo que
vigora entre o setor elétrico e
o ambiental.
"Não adianta a gente ficar
reclamando. Temos de achar
mecanismos de convivência
com essa situação."
(AGNALDO BRITO e FÁBIA PRATES)
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