São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2011

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VAIVÉM - MAURO ZAFALON

mauro.zafalon@uol.com.br

Barreiras inibem comércio agrícola entre Brasil e EUA

As exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos somaram US$ 5,4 bilhões em 2010, segundo o Ministério da Agricultura.
Já os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicaram importações de US$ 3,6 bilhões.
Diferenças à parte, devido aos critérios para relacionar produtos agrícolas na lista da balança comercial, esse valor poderia ser muito maior.
É que barreiras impostas pelos Estados Unidos a alguns produtos brasileiros impedem o crescimento. As discussões dessas barreiras devem ficar de fora da pauta dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, que chega ao Brasil amanhã.
Para os Estados Unidos, as mudanças seriam um peso ainda maior no deficit comercial. Além disso, os produtores norte-americanos perderiam espaço no próprio mercado interno, uma vez que seus custos são mais elevados do que os dos brasileiros.
Uma das barreiras é imposta ao setor sucroenergético. Para defender seus produtores, os EUA vão liberar na safra 2010/11 (setembro de 2010 a agosto de 2011) a importação de apenas 1,11 milhão de toneladas de açúcar.
Ao Brasil, cabem 153 mil. As exportações brasileiras acima desse valor têm taxas de US$ 338,70 por tonelada.
Além disso, os norte-americanos impõem uma tarifa ad valorem de 2,5% sobre as exportações de álcool, incrementada ainda com US$ 0,54 por galão (3,785 litros).
O resultado é que o álcool brasileiro já entra nos EUA a US$ 0,1576 por litro acima do preço de mercado.
Outro setor muito bem protegido pelos norte-americanos é o de suco de laranja.
As exportações brasileiras recebem uma taxa de US$ 416 por tonelada. Se os norte-americanos considerarem que há dumping, acrescentam outros US$ 50.
O setor de carnes também luta para abrir espaço no mercado norte-americano.
Só agora os EUA começam a permitir as importações de carne suína e bovina "in natura" do Brasil, mas apenas as do Estado de Santa Catarina. Os frigoríficos do Estado fazem adequações finais para o início das exportações.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Londres

BRENT
(US$ por barril) 114,90

Mercado Interno

TRIGO
(R$ por saca) 27,78

Crescimento A Illycaffè, atuante em São Paulo e no Rio, coloca novas cidades no cardápio. Curitiba e Brasília serão as primeiras. Com isso, a empresa espera crescer 30% no ano e 50% a médio prazo.

Reforço O avanço é possível porque a subsidiária no Brasil, a Illycaffè Sud America, entra em operação. A empresa trará ao Brasil vinho, licor, chocolate e chá. Em 2012, as atividades se estendem para outros países da América do Sul.

Qualidade Andrea Illy, presidente da empresa, diz que o mercado brasileiro é crescente. A empresa, que há 20 anos premia os melhores produtos, diz que a alta se dará no segmento de cafés de qualidade.

Repasses O preço do café está com forte aceleração. Se continuar nesse patamar no segundo semestre, as indústrias torrefadoras terão de fazer repasse de custos para os consumidores, segundo Illy.

Com KARLA DOMINGUES


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