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Auditoria nega erro em banco de Silvio
Deloitte diz que não maquiou rombo de R$ 2,5 bi e que os balanços são de responsabilidade do PanAmericano
Empresa rejeita ter enviado relatório em que rombo aparecia só em nota; Silvio Santos quer processar auditoria
DA REPORTAGEM LOCAL
A Deloitte, que audita os
balanços do banco PanAmericano desde 2004, diz que
não faz sentido a ideia de que
auditores tenham maquiado
números da instituição financeira de Silvio Santos.
Maurício Pires Resende,
sócio da auditoria, afirma
que esse tipo de interpretação equivocada decorre de
uma incompreensão do papel das auditorias.
"Auditor não fecha balanço nem prepara demonstração financeira. A responsabilidade por isso é da empresa.
O nosso trabalho é verificar
se o dado está correto. Se alguém maquia, não é o auditor", afirma Resende, responsável por assuntos regulatórios na Deloitte.
Silvio Santos afirma que
pretende processar a auditoria por não ter apontado o
rombo de R$ 2,5 bilhões, descoberto em agosto pela fiscalização do Banco Central.
Segundo o sócio da Deloitte, o próprio presidente do
BC, Henrique Meirelles, endossa a noção de que a empresa de auditoria não tem
culpa sobre os problemas ao
apontar que os responsáveis
pelo rombo do PanAmericano são os diretores e o controlador da instituição.
Resende diz que não procede a informação publicada
ontem pela Folha de que a
Deloitte enviou uma demonstração financeira ao
BC, em que o rombo aparecia
apenas numa nota.
Bancos, afirma o auditor,
enviam balancetes mensais
ao Banco Central e a cada trimestre remetem um documento chamado IFT (Informação Financeira Trimestral), o qual é acompanhado
de um relatório de revisão de
auditores.
No caso do PanAmericano, a Deloitte não enviou o
relatório do trimestre, segundo Resende. "Se alguém fez
isso, não foi a Deloitte."
ILAÇÃO IRRESPONSÁVEL
Ele classificou de "ilação
absolutamente irresponsável" a avaliação de auditores
ouvidos pela Folha de que a
auditoria do PanAmericano
cometeu erros básicos.
"Para alguém dizer isso,
teria de ter acesso ao nosso
trabalho. Falar isso sem analisar tudo o que fizemos é
uma ilação irresponsável."
Também não tem nenhum
fundamento, segundo ele, o
rumor de que a matriz inglesa tem planos de descredenciar a Deloitte brasileira da
rede. Segundo ele, a Deloitte
Touche Tohmatsu Auditores
Independentes é uma empresa brasileira, que participa de
uma rede mundial.
"O descredenciamento
não foi cogitado pela firma
internacional. Não há nenhuma ameaça", diz.
Os problemas com o banco
PanAmericano foram expostos na rede internacional da
Deloitte e a resposta foi de solidariedade, afirma Resende.
A empresa brasileira "está recebendo todo o apoio necessário de toda a rede".
Resende afirma que também não tem nenhum fundamento a informação de que a
empresa brasileira não tem
seguro para eventuais indenizações.
O auditor diz que a Deloitte
não pode se manifestar sobre
o rombo do PanAmericano
por restrições éticas da profissão. "Pretendemos esclarecer todas as dúvidas. Vamos nos manifestar no momento adequado."
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