São Paulo, sábado, 18 de dezembro de 2010

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PF investiga caso PanAmericano nos EUA

Principal alvo são os bens que foram comprados no exterior e no Brasil por ex-diretores do banco de Silvio Santos

Investigação no país e no exterior tenta encontrar indícios de crime praticado pelos ex-dirigentes do banco

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Siga o rastro do dinheiro. A Polícia Federal decidiu usar a mais velha das táticas de investigação para tentar encontrar indícios de crime praticados pelos ex-diretores do banco PanAmericano: vai rastrear bens comprados por eles no Brasil e nos EUA para descobrir como foram pagos.
A lista mais vistosa de bens é a de Rafael Palladino, ex-diretor-superintendente do banco de Silvio Santos.
Ele tem dois apartamentos em Miami Beach, comprados por pouco menos de US$ 2 milhões, um iate de US$ 6 milhões, uma Ferrari, uma mansão no Guarujá e postos de gasolina.
A compra dos apartamentos em Miami Beach foi revelada pelo jornal "Valor Econômico".
O ex-diretor financeiro do PanAmericano, Wilson Roberto de Aro, vive num dos apartamentos mais caros da região dos Jardins, na zona oeste de São Paulo.
O apartamento de 734 metros quadrados, de quatro suítes, em que ele mora na rua Haddock Lobo, no edifício L'Essence, pode chegar a R$ 13 milhões, segundo corretores ouvidos pela Folha.
Palladino e De Aro são apontados pela Polícia Federal como os principais suspeitos pelo rombo de R$ 2,5 bilhões do banco.
O Banco Central descobriu que o PanAmericano vendia carteiras de crédito para outras instituições e não dava baixa na sua contabilidade. Essa é a origem, de maneira genérica, do rombo de aproximadamente R$ 2,1 bilhões, segundo relatório do BC.
Os R$ 400 milhões restantes foram perdidos -ou desviados- em operações com cartões de crédito.
Palladino era "personal trainer" antes de ser escolhido por Silvio Santos para dirigir o PanAmericano. Foi afastado em 9 de novembro último, depois que o Banco Central descobriu o rombo na instituição financeira.
Anteontem, a PF fez buscas na casa de quatro ex-diretores do banco de Silvio Santos. Além de Palladino e De Aro, foram alvo da ação Adalberto Savioli, ex-diretor de crédito, e Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de tecnologia da informação.
Celso Vilardi, advogado de Palladino, diz que todos os bens de seu cliente foram comprados com recursos legais, obtidos por meio de salários, prêmios e bônus.
A prova de que seu cliente não cometeu crimes, segundo ele, é que todos os recursos enviados para os Estados Unidos foram feitos legalmente e constam da declaração de renda de Palladino ou das empresas dele.
A assessoria de De Aro diz não saber o valor pelo qual o executivo comprou o apartamento nos Jardins, mas que o dinheiro usado foi obtido por meio de prêmios e bônus pagos pelo banco.


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