São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Importações de leite do Mercosul disparam

A disparada das importações brasileiras de produtos lácteos contribuiu para abalar a relação entre o país e seus parceiros no Mercosul.
De janeiro a julho deste ano, o Brasil comprou 201 milhões de litros de leite só do Uruguai -aumento de 121% em relação ao mesmo período de 2010. O volume importado da Argentina é ainda maior, de 383 milhões de litros, com alta de 68%.
Os dois países respondem por 90% das importações do setor, e os cálculos, do Cepea, consideram derivados.
O câmbio é apontado como principal motivo para a enxurrada de leite dos vizinhos. Segundo Aline Ferro, pesquisadora do Cepea, em junho os produtos argentinos foram negociados a valores 50% abaixo dos itens brasileiros vendidos no atacado.
Apesar da invasão do leite estrangeiro, os produtores brasileiros estão conseguindo manter os preços em patamares remuneradores, sustentados pela entressafra.
A falta de comprador também ainda não é problema para o pecuarista local, por conta da demanda aquecida.
Mas a situação preocupa, e representantes do setor se mobilizam para conter as importações. Segundo Rodrigo Alvim, da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), procura-se evitar "surtos de importação".
Em maio, terminou o acordo entre Brasil e Argentina que impunha um limite mensal para as importações brasileiras. O deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS) lidera uma campanha para manter a cota ou até baixar o volume, mas os argentinos querem aumentá-lo.
Eles também reclamam da falta de limite para as importações do Uruguai, que ganhou mercado dos argentinas nas vendas ao Brasil.
Na próxima semana, Moreira apresentará pedido de restrições às importações da Argentina e do Uruguai ao Ministério do Desenvolvimento. Caso não haja avanço, levará o debate para a Casa Civil.

Dia de quedas As commodities não escaparam do temor de recessão global, ontem. A queda foi generalizada, com destaque para o petróleo (-5,9%) e o suco de laranja (-2,4%), em Nova York. Em Chicago, o trigo caiu 2,7% e o milho perdeu 1,76%.

Porto seguro Com o ambiente de incertezas, o ouro subiu e bateu novo recorde. Com alta de 1,55%, o metal fechou a US$ 1.818 por onça-troy. O movimento reflete a busca de investidores por ativos seguros. A prata acompanhou e teve alta de 0,84%.

2011 não é 2008 Para o Merril Lynch, o cenário para os preços dos metais é melhor em comparação com a crise de 2008. O banco diz que as empresas, que demandam insumos para investimentos em fábricas, estão mais preparadas para enfrentar a turbulência.

Pequeno tombo Os metais apresentaram queda moderada ontem. O cobre perdeu 0,76% e o níquel teve baixa de 0,25% em Londres.

Mais bezerros 1 Os pecuaristas, confiantes no aumento da produção de bezerros nos próximos anos, começam a aumentar a demanda por touros para procriação.

Mais bezerros 2 A CFM, de São José do Rio Preto, acaba de vender 700 touros em dois dias, pelo preço médio de R$ 10,1 mil cada um. Em 2010, o valor foi de R$ 8.500 por animal, em média.

DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Mercado Interno
Suíno

(R$ por arroba) 50,30

Frango
(R$ por quilo) 2,15

Nova York
Café

(cent.de US$)* 264,80

Algodão
(cent.de US$)* 107,55
*por libra-peso

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES


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