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PanAmericano seca captação de bancos
Escândalo contábil eleva juros para concorrentes, motiva suspensão de emissões e emperra a venda de financiamentos
BIC Banco e Banco BVA suspendem busca de recursos no mercado após a investigação
de fraude em banco
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O escândalo contábil do
banco PanAmericano, que
foi socorrido com empréstimo de emergência de R$ 2,5
bilhões, praticamente secou
a captação de recursos dos
bancos de pequeno porte.
Só o banco PanAmericano
perdeu mais de R$ 500 milhões em CDBs, que foram
resgatados antecipadamente
pelos investidores. A sangria, porém, melhorou na última quarta e estaria controlada, segundo o banco.
O movimento afetou também outros bancos, que tiveram de subir as taxas dos
CDBs para conseguir dinheiro emprestado no mercado.
A investigação de fraude
também secou a comercialização de carteiras de empréstimos entre os bancos. Desde
a semana passada, nenhuma
instituição vendeu carteira
de financiamento para outra.
Além de um aperto na fiscalização, os bancos aguardam novas regras para transação de carteiras de crédito.
Por conta do PanAmericano, o BIC Banco decidiu suspender, por 60 dias, a venda
de R$ 200 milhões em novos
títulos de dívida no mercado
interno, que seriam emitidos
pela empresa de leasing.
Esses papéis financiam o
aluguel de máquinas e de
veículos para empresas
clientes do BIC Banco.
As taxas oferecidas pelos
investidores estariam incompatíveis com as pagas pelo
banco nos últimos meses.
Segundo o BIC, os recursos
obtidos permitiriam a renovação de uma linha de financiamento vencida em julho.
Além do BIC, o banco BVA
também preferiu esperar momento melhor para captar.
Devido à instabilidade nos
mercados, o Bradesco também adiou uma emissão de
R$ 500 milhões em dívida no
mercado internacional.
Segundo Paulo Cesar Sousa, diretor comercial do Société Générale, o caso do Bradesco não está relacionado
diretamente ao PanAmericano, mas à crise na Europa.
"O mercado derreteu e o
Bradesco não conseguiu as
taxas que queria", disse.
Para Sousa, os investidores estão preocupados com
possíveis desdobramentos
do escândalo do PanAmericano, o que elevou as taxas
para bancos do mesmo porte.
No exterior, a investigação
de fraude no PanAmericano
tem pressionado os juros das
empresas brasileiras. Desde
o dia 8, antes do escândalo,
os juros médios desses papéis saltaram de 5,72% para
6,31% ao ano -alta de 0,38
ponto, segundo o JPMorgan.
O rendimento dos títulos
do Panamericano com vencimento em 2020 saltou de
7,4% para 10,1% desde o socorro do banco.
Com a Bloomberg
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