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Bancos decidem criar central para cessão de crédito
DE SÃO PAULO
Depois do escândalo contábil do PanAmericano, os
maiores bancos brasileiros
preferiram se adiantar à possível regulação do Banco
Central e decidiram criar
uma central para fazer o registro de carteiras de crédito
comercializadas entre diferentes instituições.
O objetivo é aumentar a
transparência e inviabilizar
fraudes envolvendo essas
transações, como teria ocorrido no PanAmericano. Além
de não registrar corretamente os créditos cedidos, o banco é suspeito de ter vendido
os mesmos empréstimos para mais de uma instituição.
A central é discutida na Febraban (Federação Brasileira
de Bancos) e conta com
apoio do Banco Central.
O modelo deve seguir o
adotado na central de exposição em derivativos, os contratos de proteção financeira
que deram prejuízo a exportadores como Sadia e Aracruz na crise de 2008.
À época, um dos principais problemas era que um
banco não sabia o quanto
uma empresa estava exposta
com derivativos cambiais em
uma instituição concorrente.
A nova central permitirá
saber a exposição total das
empresas a derivativos.
"O acerto dessa iniciativa e
a repercussão que já está
causando nos levam a pensar em estudar a viabilidade
de desenvolver uma central
semelhante para operações
de cessão de crédito", disse
Fabio Barbosa, presidente da
Febraban, na inauguração
da central.
"Eu nunca vou saber com
que banco o cliente tem derivativo, mas vou saber o
quanto ele tem no sistema financeiro nacional", disse José Berenguer, que comanda
a central de derivativos.
A central, cuja adesão dos
clientes é voluntária, trabalha com dados repassados
pela BM&FBovespa e pela
Cetip, empresa de registro de
dívidas privadas. O sistema
não identifica a exposição de
uma empresa no exterior.
Para Berenguer, a adesão
deverá ser alta porque a central funcionará como selo de
qualidade na gestão de derivativos.
(TONI SCIARRETTA)
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