São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Álcool tem queda recorde, mas sobe na usina

O álcool teve queda semanal recorde nos postos da cidade de São Paulo, mas essa desaceleração vai perder ritmo na próxima semana porque as usinas voltaram a reajustar os preços do combustível derivado da cana.
Após ter caído 9% na semana passada, o álcool hidratado caiu mais 9,5% nesta, recuando para R$ 1,758 por litro, em média, nos postos de São Paulo.
A forte queda do produto nas últimas semanas tornou o álcool mais competitivo do que a gasolina, fez o consumidor abastecer com o derivado da cana e provocou aumento de demanda. As usinas reajustaram os preços.
O álcool hidratado foi negociado nesta semana a R$ 0,9855 por litro na porta das usinas, com alta de 1,81% em relação à semana anterior.
Já o anidro, que começou a cair mais tarde do que o hidratado, voltou a ter forte recuo na semana: 14,4%.
Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e não contêm impostos.
O preço do álcool hidratado encontrou nova resistência porque o ritmo de safra é mais lento neste ano do que em 2010. Pelo menos 75% das usinas já entraram em operação, mas a cana moída ainda rende pouco.
A demanda, embora ainda bem inferior à do ano passado, também dá suporte aos preços. Após consumo de 500 milhões de litros em abril, o consumo deste mês deve ficar próximo dos 900 milhões de litros.
Em abril de 2010 foi consumido 1,3 bilhão de litros; em maio, 1,4 bilhão.
A estabilização dos preços deverá ser maior nesta safra. O custo de produção das usinas mais eficientes está próximo de R$ 0,90 por litro. Um valor muito abaixo disso comprometeria a renda dessas indústrias.
Além disso, uma forte queda do álcool nos postos beneficiaria os consumidores agora, mas elevaria os preços muito mais cedo na próxima entressafra.

Em queda As carnes fecham a semana com queda nos preços. Oferta maior de bois, devido ao frio, afetou os preços, que refletiram sobre suínos e aves. Além disso, a demanda já não é tão forte.

O que cai Frango e suínos lideraram as quedas na semana, ao registrarem recuo de 3% nos preços. O frango caiu para R$ 1,55 por quilo de ave viva, e o suíno, para R$ 45,60 a arroba.

Menor A arroba do boi, ao ser negociada a R$ 96 no Estado de São Paulo, voltou aos patamares de outubro do ano passado. A queda na semana foi de 1% e, em 30 dias, de 4%. Mesmo assim, os preços atuais superam em 25% os de há um ano.

Confinamento Os pecuaristas dos EUA tinham 11,2 milhões de cabeças de gado confinado neste início de mês, 7% mais do que em igual período de 2010. O confinamento no Texas, Estado que detém o maior rebanho confinado, cresceu 10% e foi para 2,75 milhões de cabeças.

Porteira fechada Já na Argentina, os confinamentos utilizaram apenas 46% da capacidade nos quatro primeiros meses deste ano, bem abaixo dos 62% da média para esse período do ano.

Trigo o plantio de trigo na Argentina deve ter crescimento de até 25% neste ano. Os dados de membros do governo, os mais otimistas, apontam para 5,5 milhões de hectares. Estimativas privadas indicam números próximos de 5 milhões.

Gangorra As commodities agrícolas voltaram a cair ontem nos mercados de Nova York e de Chicago. O cacau liderou a queda, recuando 2,6% no dia.

NÍQUEL
-3,04%
Ontem, em Londres

CHUMBO
+1,20%
Ontem, em Londres

Com KARLA DOMINGUES


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