São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Avanço para outras regiões e clima dificultam avaliação da safra de cana

A previsão de safra de cana-de-açúcar está mais complicada neste ano do que nos anteriores. Aumentou o volume de cana colhida em regiões fora de São Paulo, como Goiás e Minas Gerais, e o número de variáveis de interferências cresceu.
Além do aumento de projetos novos, cada região tem características específicas de clima. "Sabemos que a produção de cana será menor do que imaginávamos, mas ainda não sabemos quanto", afirma Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Enquanto no ano passado houve atraso na colheita, neste ano há adiantamento. Com isso, a cana colhida de dezembro do ano passado a março último (safra 2009/10) não estará pronta para a nova colheita de 2010/11.
Mas isso é uma decisão que cada usina deverá tomar isoladamente, dificultando uma estimativa para o setor, segundo Padua.
Apesar da queda no volume de cana, há compensação no rendimento da matéria-prima, fato que deve garantir demanda e oferta mais equilibradas.
Será um ano de crescimento maior no consumo de álcool anidro do que de hidratado. Logística e tributos tiraram a competitividade do hidratado em várias regiões do país, diz Padua.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Chicago

SOJA
(dólar por bushel) 10,1

Mercado Interno

FEIJÃO
(R$ por saca de 60 kg) 99,3

Varejo agropecuário O mercado de insumos agropecuários atinge R$ 30 bilhões por ano. São 6.000 revendas de defensivos agrícolas e 11 mil de saúde animal, diz Oswaldo Nakamura, da Global Pecus.

Atualização O setor de insumos se reúne em Limeira, na segunda semana do próximo mês, para conhecer lançamentos e discutir novas tecnologias.

Atacado Os preços no atacadista voltaram a subir, mostra a segunda prévia do IGP-M deste mês. Minério de ferro, soja e boi puxaram para cima, mas feijão, cana e leite aliviaram a pressão, segundo a consultoria Rosenberg.

Reciclagem Pelo menos 95% das embalagens plásticas dos defensivos utilizadas pelos produtores são devolvidas e recicladas.

Uso O volume é tão grande que a Syngenta adotará embalagens que são produzidas com a matéria-prima reciclada para um de seus produtos.

Consumidor não absorve aumento, e carne recua

O consumidor final não está absorvendo a alta acelerada que as carnes tiveram nas últimas semanas. Assim, os preços pagos aos produtores começam a recuar, segundo informações do mercado.
Foi o que ocorreu com a arroba de suíno, que caiu 1% ontem, recuando para R$ 56 na média no mercado paulista. Alguns frigoríficos pagam R$ 57 pela arroba.
A carne bovina, que vinha com forte evolução nas últimas semanas, também parou de subir. Os preços médios apurados ontem pela Folha indicaram R$ 85 por arroba. Alguns frigoríficos ainda pagam R$ 88.
Analistas acreditam, no entanto, que se o varejo conseguir repassar, aos poucos, os novos preços para os consumidores, a tendência de alta volta nos preços praticados no campo.


Com KARLA DOMINGUES


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