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Efeito será pontual para absorver excessos
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O FSB (Fundo Soberano do
Brasil) poderá até segurar as
cotações do dólar, mas por
momentos pontuais de forte
entrada de recursos no país,
como os provenientes da
oferta de ações da Petrobras.
Na avaliação do mercado,
que recebeu a novidade ontem com ceticismo, dificilmente o FSB terá poder de fogo para alterar os rumos da
taxa de câmbio brasileira, definida hoje por movimentos
globais de fluxo de dinheiro.
"O Fundo Soberano não
vai mudar a correnteza. O
efeito será pontual. Quando
entrarem os recursos da Petrobras, a gente vai ter uma
noção melhor. Fazer só pressão não adianta, tem de
agir", disse José Roberto Carreira, da corretora Fair.
Para o economista Marcio
Garcia, professor da PUC-RJ,
o efeito máximo de uma intervenção do FSB no câmbio
será de dez dias, tempo em
que poderá retirar eventual
excesso de dólares.
"As intervenções que o
Fundo Soberano venha a fazer serão, rigorosamente,
idênticas àquelas do BC. Vai
até dificultar a ação do BC, de
aumentar a liquidez, se não
comunicar suas intenções. E
com o agravante de um custo
maior por conta do diferencial de juros", disse.
A expectativa é que a primeira atuação só ocorra em
outubro, após a liquidação
da oferta da Petrobras e do
vencimento do contrato de
dólar para outubro na
BM&FBovespa, respectivamente, nos dias 29 de setembro e 1º de outubro.
Até lá, as cotações ficarão
pressionadas pelas aplicações dos bancos para proteger investimentos e dívidas
com risco cambial. As "apostas" dos bancos na queda do
dólar somam US$ 14 bilhões.
Especialista em câmbio,
Nathan Blanche, da Tendências, também não vê benefício da atuação do FSB nos rumos do câmbio. "Qualquer
tentativa de manipular a taxa
de câmbio terá custo, com
aumento dos prêmios de risco pedidos pelo mercado."
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