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commodities
Consumo de álcool vai estacionar, diz setor
Segundo usineiros, desde a entrada dos carros flex no mercado será a primeira vez que as vendas não crescerão
Motivo apontado é a disparada de preço
no início do ano, que
fez o mercado perder
17,4% de janeiro a maio
CIRILO JUNIOR
DO RIO
Pela primeira vez desde a
entrada dos carros flex no
mercado, o consumo de álcool no Brasil ficará estagnado, segundo projeção da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que reúne os
principais produtores.
De janeiro a maio deste
ano, as vendas de álcool hidratado -que vai direto no
tanque- caíram 17,4%.
Isso se deve à disparada
nos preços no início do ano.
Em alguns Estados, como o
Rio de Janeiro, o litro chegou
a superar os R$ 2.
Na comparação com a gasolina, abastecer com álcool
nos dois primeiros meses de
2010 era desvantajoso em
quase todos os Estados.
"A tendência é que o mercado fique do mesmo tamanho. A demanda, neste ano,
será semelhante à observada
em 2009", afirma Antonio de
Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Depois de um longo período em baixa, as vendas de álcool começaram a disparar a
partir de 2003, à medida que
a frota de carros flex cresceu.
Naquele ano, o consumo
era de 3,2 bilhões de litros.
Desde então, cresceu 412% e
chegou a 16,4 bilhões de litros no ano passado, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo). Atualmente, 40% da frota do país
pode ser abastecida tanto por
álcool quanto por gasolina.
O preço médio do litro do
álcool, em todo o Brasil, chegou a R$ 1,983 em fevereiro.
Foi o pico da cotação nos
postos. Em junho, já era possível encontrar o combustível por R$ 1,537.
As chuvas no fim do ano
passado e o aumento da frota
de veículos encurtaram o espaço entre a demanda e a
oferta, e fizeram os preços
dispararem.
Dona de um Punto flex, a
bancária Priscila Caldas passou a usar gasolina no início
deste ano e só voltou ao álcool há cerca de 40 dias. O
posto no qual costuma abastecer chegou a cobrar R$ 2,30
pelo litro do combustível.
"Meu carro tem desempenho melhor com álcool, mas,
quando o preço sobe, opto
pelo mais vantajoso", diz.
Analista da Agra FNP, Bruno Bosz estima um consumo
igual ou um pouco maior, em
comparação com 2009. O especialista projeta elevação
nos próximos meses, em função da expectativa de preços
mais estáveis.
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