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Pequeno investidor ganha peso na Bolsa
Aplicadores com média de R$ 14 mil acumulados são 58%, diz estudo
Segundo levantamento da FGV, o principal objetivo de quem entra na Bolsa é acumular dinheiro no longo prazo
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
O estudante de administração Adriano de Maio, 26,
começou a investir em ações
há um ano e meio. Disciplinado, todo mês ele aplica de
R$ 200 a R$ 500. Seu objetivo
final ainda está distante: juntar para a aposentadoria.
Estudo da FGV (Fundação
Getulio Vargas) encomendado pela BM&FBovespa aponta que investidores como
Maio são maioria na Bolsa de
Valores de São Paulo, que
vem se popularizando.
Segundo a pesquisa, das
861.720 pessoas físicas com
conta ativa na Bolsa entre janeiro de 2005 e dezembro de
2009, 58,3% passaram a investir em ações a partir de setembro de 2007, tinham menos que R$ 75 mil acumulados e movimentavam menos
que isso mensalmente na
compra e venda de papéis.
De acordo com o diretor de
fomento de negócios da
BM&FBovespa, Verdi Monteiro, metade desses investidores aplica menos de
R$ 2.000 por mês. O valor
médio em custódia (quantia
total aplicada) é de R$ 14 mil.
Na avaliação da FGV, o padrão de investimentos dessas
pessoas indica que elas passaram a comprar ações visando ganhos de longo prazo, motivadas pelo histórico
de valorização mais elevada
da Bolsa quando analisados
intervalos de tempo maiores.
É o caso do diretor de planejamento Milton Mattos,
que começou a investir em
ações em julho, com objetivo
de aplicar R$ 220 por mês.
"Só pretendo sacar depois de
alguns anos. Percebi que as
pessoas só ganham investindo por muito tempo."
MUDANÇAS
Segundo Monteiro, a chegada à Bolsa de investidores
de menor renda já fez a
BM&FBovespa adotar mudanças. Foi por esse motivo
que o investimento mínimo
em ETFs (fundos de índices
de ações) foi reduzido em dez
vezes em agosto.
Outra medida que está para sair do forno é a redução
-33% neste ano e 50% a partir de janeiro- dos custos fixos cobrados de corretoras.
O objetivo da BM&FBovespa é elevar o número de investidores pessoas físicas
dos atuais 598 mil para 5 milhões até dezembro de 2014.
Para que a meta seja alcançada, é preciso falar a linguagem da poupança, afirma
Paulo Portinho, gerente-geral do Instituto Nacional de
Investidores. Ele considera
que aplicar pequenas quantias é a melhor estratégia de
investimento em ações.
"Quando você pega sua
poupança de R$ 5.000 e coloca tudo na Bolsa, comporta-se como um jogador. Ao investir R$ 50, R$ 100 por mês,
se beneficiará do crescimento da economia brasileira
sem se preocupar se entrou
no melhor momento."
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