São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Nacionalismo é o maior risco para mineração

O nacionalismo é o principal risco para o negócio de mineração em 2011 e em 2012 em todo o mundo, segundo estudo inédito da consultoria Ernst & Young Terco.
Nos últimos 12 a 18 meses, pelo menos 25 países aumentaram ou anunciaram a intenção de elevar a fatia do governo na receita do setor via impostos ou royalties.
Esse é o caso da África do Sul, da Austrália e do Brasil, entre outros. Os motivos para o aumento da participação do Estado no setor são variados. Vão desde preocupações sobre o risco de "doença holandesa" [quando o câmbio prejudica a competitividade do setor industrial] à recuperação da crise de 2008.
"Na maioria dos casos, os governos estão tentando repor perdas de arrecadação que aconteceram com a crise global", diz Carlos Assis, sócio da consultoria.
No Brasil, discute-se uma reforma no marco regulatório do setor, mas, segundo Assis, ela não está necessariamente relacionada a uma onda nacionalista capaz de ameaçar a atratividade dos investimentos no país. Mas há outros problemas listados no ranking mundial bem familiares à realidade brasileira, como a escassez de mão de obra qualificada, o segundo maior risco aos negócios globais de mineração.
"Não vemos capacidade de formar tantos especialistas à altura da demanda", diz Assis. Segundo ele, o deficit de capital humano pode ter impactos na produção e incentivar a terceirização, o que pode resultar em riscos previdenciários e trabalhistas. Segundo a Ernst & Young, o terceiro grande desafio das mineradoras é o acesso à infraestrutura, seguido pela obtenção e manutenção das licenças de operação -o risco sobe à medida que crescem as preocupações ambientais.
Com uma competição cada vez maior por recursos necessários para o andamento dos projetos, o risco de execução e gestão do portfólio aparece em quinto lugar. Já possíveis mudanças no câmbio e nos preços das commodities, eleitos como o sexto maior perigo para o setor, crescem com a indefinição sobre a retomada das economias desenvolvidas.

Mais riscos O acesso a capital ocupa o sétimo lugar no ranking de riscos à mineração elaborado pela Ernst & Young. Gestão de custos, interrupções na oferta por fatores externos, como desastres naturais, e fraudes e corrupção completam a lista dos dez maiores desafios do setor.

Conselho O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, ouviu ontem do ex-ministro Pratini de Moraes que a abertura de novos mercados para a suinocultura brasileira deve ser a prioridade na sua gestão, além do fim do embargo russo às carnes, que já dura dois meses.

Renda em alta O produtor de soja deve ter renda de R$ 1.946 por hectare na safra 2011/12, estima a Céleres -alta de 32% em relação ao projetado para a safra anterior.

Rentabilidade A consultoria também calcula que a margem operacional bruta dos produtores deva crescer 35%, o que deverá estimular o plantio de soja.

Sem limite 1 O preço do ouro bateu novo recorde ontem e fechou a US$ 1.888,70 por onça-troy (31,1 gramas), alta de 2,15% em Nova York. Durante o dia, o metal chegou bem perto de US$ 1.900, ao atingir US$ 1.895. Em 30 dias, a alta é de 17,95%.

Sem limite 2 O mercado brasileiro acompanhou e, na BM&F, o contrato à vista de 250 gramas subiu 2,11%, com o grama cotado a R$ 97.

DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Chicago
Trigo
(US$ por bushel) 7,36
Milho
(US$ por bushel) 7,21

Mercado Interno
Arroz
(R$ por saca) 23,98
Feijão
(R$ por saca) 119,33

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES


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