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Desemprego cai para o menor nível em oito anos
Taxa recua para 6,7% em agosto; renda tem maior valor desde 2002
Aquecimento do mercado de trabalho e da renda pode acabar
aumentando repasse de preços, diz analista
VERENA FORNETTI
DO RIO
O desemprego no país teve
a terceira queda seguida em
agosto e atingiu o menor patamar desde 2002, quando
iniciou a série histórica do
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
O indicador passou de
6,9% em julho para 6,7% no
mês passado.
O rendimento médio dos
trabalhadores, descontada a
inflação, também bateu recorde no mês passado.
A média para as seis regiões pesquisadas pelo IBGE
foi de R$ 1.472,10, alta de
8,8% ante agosto do ano passado e o maior valor desde
março de 2002.
É a primeira vez que o recorde de emprego é batido no
meio do ano. Tradicionalmente, dezembro registra os
menores índices de desemprego, em razão da contratação de funcionários temporários e do dinamismo maior
da economia.
Segundo a consultoria
LCA, os dados do mercado de
trabalho geram preocupações adicionais em relação à
política monetária do país no
início do ano que vem.
"A taxa baixa de desemprego e a evolução da renda
mostram que a atividade econômica está mais dinâmica
do que se esperava. Isso pode
acabar encorajando maiores
repasses de preços e inflação", diz Fábio Romão, analista da LCA.
Quando a inflação se acelera, o Banco Central tende a
aumentar a taxa básica de juros, o que desestimula os
gastos das famílias e das empresas, freando a economia e
controlando os preços.
MERCADO ROBUSTO
Cimar Azeredo, gerente da
Pesquisa Mensal do Emprego
do IBGE, afirma que o mercado de trabalho brasileiro está
robusto.
"O Brasil se recuperou da
crise econômica de forma
muito rápida. Não só o nível
de ocupação, mas também a
qualidade do emprego está
avançando."
São Paulo foi um dos destaques da pesquisa graças,
principalmente, à recuperação da indústria. Nessa região metropolitana, a taxa de
desocupação foi de 6,8%. Em
toda a série, o IBGE nunca tinha detectado nível tão baixo para essa região.
De acordo com o especialista, as vagas formais avançam em ritmo mais rápido do
que o da entrada de trabalhadores no mercado, o que tem
contribuído para derrubar a
desocupação.
No mês passado, o emprego com carteira assinada teve
incremento de 7,2% em relação a igual período de 2009.
Educação, saúde e serviços
estão entre os setores mais
dinâmicos da economia.
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