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Agência reguladora de SP pede mudanças em preços da Comgás
Empresa pode ser obrigada a devolver pelo menos R$ 220 milhões aos consumidores de SP
Concessionária terá 90 dias para renegociar valores de gás e aplicar, em SP, critérios iguais aos dos outros Estados
DE SÃO PAULO
A concessionária paulista
Comgás, maior distribuidora
de gás natural do país, recebeu prazo de 90 dias para renegociar valores de gás natural com a Petrobras e enquadrar a tarifa para consumidores residenciais, comerciais e
industriais ao critério adotado em outros Estados.
Após investigação, a Arsesp (Agência Reguladora de
Energia do Estado de São
Paulo) entendeu que os consumidores paulistas foram
prejudicados ao pagar mais
em relação aos consumidores de gás de outros Estados.
A Comgás foi multada em
R$ 2,659 milhões. O auto de
infração é de março e só agora foi revelado.
A Comgás apresentou recurso administrativo na Arsesp e não reconhece a multa, tampouco a exigência de
renegociar os contratos. A
empresa afirma que já pratica "preços competitivos" em
relação a outros Estados.
COMPENSAÇÃO
Se perder, a agência reguladora poderá exigir que a
Comgás compense os consumidores paulistas pelos valores que teriam sido pagos a
mais. A Folha apurou que a
agência considera que o valor cobrado além no período
de novembro de 2007 foi de
R$ 220 milhões.
O problema começou em
2007. A Comgás foi a primeira a assinar, em novembro de
2007, um contrato de gás
com a Petrobras a partir do
qual a estatal instituiu a chamada parcela fixa do gás, no
valor médio de US$ 3,50 por
milhão de BTU.
Até então, a Petrobras cobrava US$ 1 por milhão de
BTU como custo de transporte. Na ocasião, a agência paulista exigiu que a Comgás renegociasse essa cláusula se
as demais distribuidoras do
país obtivessem uma negociação mais favorável.
Foi o que ocorreu. As demais distribuidoras do país
assinaram acordo a partir do
qual puderam aplicar uma
tabela de descontos decrescente até novembro de 2009
sobre o valor de US$ 3,50.
Para a Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de
São Paulo), sem esse mecanismo, o consumidor paulista pagou à Comgás entre R$
369 milhões e R$ 526 milhões
(a depender dos critérios da
conta) a mais pelo insumo
nesse período.
"O problema agora é saber
exatamente o valor que os
consumidores pagaram a
mais e como serão ressarcido", disse Carlos Cavalcanti,
diretor da Fiesp.
(AGNALDO BRITO)
NÚMERO
R$ 220 MI É A ESTIMATIVA DO PREJUÍZO
Segundo a Folha apurou,
cifra representa o montante que os consumidores
paulistas pagaram entre
novembro de 2007 e novembro de 2009 devido a
assimetria entre os contratos da Comgás e das outras
distribuidoras com a Petrobras. A Fiesp diz que esse
valor pode ser de pelo menos R$ 369 milhões.
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