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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Programa contra crise alcança R$ 69 bi em financiamento
Lançado em julho de 2009
para tentar conter os reflexos
da crise no Brasil, o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) desembolsou
R$ 46,5 bilhões até julho deste ano, de um total de R$ 69
bilhões contratados em financiamentos a bens de capital, segundo o BNDES.
O PSI ofertou financiamento de início com juros de
4,5% ao ano e, neste ano, de
5,5% ao ano.
O volume pode contribuir
para a manutenção do crescimento da taxa de investimento no país, que será divulgada em setembro, segundo Marcelo Nascimento,
economista do BNDES. "Tivemos alta expressiva do investimento. Ainda não está
em taxa sustentável, mas as
perspectivas são de alta."
A estimativa é que os investimentos da economia
brasileira cresçam a taxas
próximas de 10% em média
entre 2010 e 2013.
As taxas de investimento
do país têm sido impulsionadas, segundo o economista,
pelo consumo interno de máquinas e equipamentos.
"O consumo aparente de
bens de capital, que é o principal item de investimento da
economia, e a curva do desembolso do PSI têm comportamento parecido."
Desde o segundo trimestre
de 2009, a FBCF (Formação
Bruta de Capital Fixo) cresce.
No último trimestre de 2008,
auge da crise, a FBCF caiu
9,7% ante igual período do
ano anterior, e seguiu em
queda de 12% no primeiro trimestre de 2009. A partir do
lançamento do PSI, a FBCF
retomou fôlego.
À PROCURA DO QUE ESTÁ ENCOBERTO
Membro de vários conselhos, dentre eles o da Nasdaq, a presidente do
Council on Competitiveness, Deborah
Wince-Smith, esteve no Brasil para finalizar preparativos para a 2ª Conferência de Inovação Brasil-Estados
Unidos. O evento vai reunir, em setembro, em Washington, 300 líderes
de empresas, governos e da comunidade científica dos dois países, para
debater energia, infraestrutura e agricultura, dentre outros temas. Para
Wince-Smith, dos emergentes, o Brasil é o que tem mais afinidades com os
EUA, por serem "grandes produtores
de alimentos, terem grandes mercados, diversidade populacional e democracia". Anos atrás, ninguém entendia seu interesse em estreitar as relações entre Brasil e EUA, conta Wince-Smith, que está ligada à Secretaria
de Estado, de Hillary Clinton. "Hoje
me cumprimentam por ter "estado à
frente do tempo" e percebido logo
oportunidades no Brasil. Aprendi a
ver o que não está à vista", diz ela, arqueóloga de formação.
Clareza... Após quatro
meses de análise, 20 empresas
brasileiras foram contempladas com o Troféu Transparência 2010, destinado às companhias que apresentam maior
transparência em suas demonstrações financeiras. A
premiação é realizada pela
Anefac-Fipecafi-Serasa Experian e está em sua 14ª edição.
...premiada As empresas de capital aberto com faturamento acima de R$ 8 bilhões contempladas são Souza Cruz, AmBev, Embraer, Usiminas, Vale, Cemig, CSN, Petrobras, Gerdau e Braskem. Dentre as que faturam abaixo dessa faixa estão Sabesp, Natura e BM&F Bovespa. A Albras foi premiada na categoria capital fechado.
Shoppings devem faturar 15% mais neste ano
Impulsionado pelo aumento do consumo e das
vendas do comércio varejista, o faturamento do setor de
shopping centers deve crescer 15% neste ano, de acordo
com a consultoria Lafis.
A expansão deve continuar nos próximos anos. Para 2011 e 2012, a projeção é de
crescimento de 12% e 11%,
respectivamente.
A realização de parcerias
com investidores estrangeiros e a abertura de capital das
empresas têm impulsionado
a captação de recursos para a
construção de novos shoppings, de acordo com Caio
Falconi, analista da Lafis.
Por outro lado, a escassez
de terrenos livres nas áreas
metropolitanas poderá dificultar a instalação de empreendimentos nas grandes
cidades, segundo Falconi.
"Com aluguéis mais caros
na região Sudeste, a expansão fora do eixo Rio-São Paulo irá se mostrar como um fator benéfico para o crescimento do setor", diz.
Nordeste e Centro-Oeste
são apontadas como as regiões com forte potencial de
expansão. "O avanço da
agroindústria no Centro-Oeste e o crescimento da economia do Nordeste irão demandar novos empreendimentos", afirma Falconi.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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