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De cada 4 carros importados, 1 é coreano
Automóveis vindos de fora representam 18% das compras de veículos novos no país até agosto, ante 5% em 2005
Compras de carros da Argentina e do México têm queda e asiáticos ocupam mais espaço nas importações
Seokyong Lee - 21.abr.10/Bloomberg
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Fábrica da Hyundai em Asan (Coreia do Sul); vendas da montadora no Brasil permitiram que participação do país asiático na comercialização de carros importados atingisse 24,5%
ÁLVARO FAGUNDES
TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO
Os carros importados vêm
ganhando cada vez mais espaço nas compras dos brasileiros e adquirindo novos sotaques, como coreano e chinês, e não apenas o espanhol
dos mexicanos e dos argentinos que entram no país beneficiados pela isenção do Imposto de Importação.
Segundo a Anfavea (associação das montadoras), a fatia do vizinho sul-americano
nas importações de veículos
caiu de 65,2% em 2007 para
52,3% no acumulado deste
ano até agosto. No mesmo
período, a participação dos
carros vindos do México passou de 12,4% para 9,6%.
Em ambos os casos, a
maior parte é trazida por
montadoras que têm fábrica
no Brasil e usufruem de incentivo tributário para definir os melhores locais para as
linhas de produção.
Duas marcas da Coreia do
Sul, Hyundai e Kia, vêm absorvendo esse espaço e ajudaram a elevar a fatia do país
asiático de 10,4% para 24,5%
nesse intervalo, ultrapassando os mexicanos.
"Estamos preocupados
com o crescimento das importações de fora da área de
livre comércio", afirma Cledorvino Belini, presidente da
Anfavea. Sem o acordo automotivo, os importados pagam 35% em tributos para
entrar no Brasil, o máximo
permitido pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
Já a participação dos chineses foi de 0,5% para 2,7%,
motivando a montadora
Chery a anunciar a instalação de uma fábrica em Jacareí (SP), com previsão de produção a partir de 2013.
Para Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (federação das concessionárias), a
chegada dos chineses ao
mercado brasileiro ainda "é
um processo embrionário" e
que precisa ser observado.
A Hyundai terá uma unidade em Piracicaba (SP) no
próximo ano. A unidade que
monta atualmente o Tucson
e o HR em Anápolis (GO) é
um investimento só do grupo
Caoa, com parceria com a
matriz sul-coreana para a
transferência de tecnologia.
O investimento acontece
porque o país está no centro
das atenções das grandes
montadoras, preocupadas
com o freio no gasto dos consumidores das nações ricas.
O Brasil ficou, em 2009,
em quinto lugar entre os
maiores mercados compradores de carros e ameaça tomar neste ano a quarta posição da Alemanha.
CONSUMIDOR
Na avaliação de Luiz Carlos Mello, coordenador do
CEA (Centro de Estudos Automotivos) e ex-presidente
da Ford no Brasil, essa diversificação na origem dos importados é natural conforme
o consumidor vai ficando
"mais educado".
"Quanto mais deles chegarem, mais interessante vai
ser a comparação custo-benefício", diz Mello, destacando a penetração dos utilitários esportivos coreanos.
Na sua opinião, "qualquer
mercado só pode se dizer maduro se tiver esse tipo de convivência entre as marcas".
A venda de veículos novos
importados se expandiu em
35,8% no acumulado deste
ano até agosto ante igual período do ano passado, enquanto os licenciamentos
das unidades produzidas no
Brasil subiram só 5,7%.
Com essa diferença entre
os avanços, a participação
dos importados atingiu 18%
das vendas totais, ante
14,6% no mesmo intervalo
em 2009 -e 4,9% em 2005.
Paulo Kakinoff, vice-presidente da Abeiva (associação
das importadoras de veículos), não vê uma concorrência acirrada e pondera que os
produtos "são mais complementares do que competidores diretos".
Entre os associados da
Abeiva, que engloba as marcas que não têm fábrica no
país, o executivo destaca que
a motorização dominante é
acima de 2.0 (mais potente).
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