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Invasão tem impactos na balança comercial
DE SÃO PAULO
A invasão dos carros importados nas estradas brasileiras também se reflete
na balança comercial. Hoje, o produto é o segundo
que o país mais importa,
atrás apenas do petróleo.
Nos oito primeiros meses deste ano, o país comprou US$ 5,1 bilhões em
automóveis de passageiros vindos do exterior, ou
4,4% de todos os produtos
importados -número que
só perde para os 6% da
compra de petróleo.
Para efeito de comparação, os carros importados
representavam 0,95% das
importações em 2005 e
não estavam na lista dos
dez primeiros itens mais
comprados no exterior.
Já a exportação de veículos de passageiros, que
era 3,8% do total comercializado com o exterior
até agosto de 2005 (terceiro item mais vendido), hoje está em nono lugar, com
2,2%, perdendo espaço
para commodities como
café, petróleo e açúcar.
Parte da explicação para o aumento das importações (e também na queda
das vendas ao exterior) está no câmbio. O real é, entre as principais moedas
globais, a que mais se valorizou em relação ao dólar desde o fim de 2008,
com alta de 35%.
O real fortalecido facilita a compra de itens de fora, mas torna mais difícil a
vida do setor exportador.
Outro fator que contribui para esse aumento dos
importados é o aquecimento da economia, com
mais brasileiros dispostos
a comprar veículos novos.
Para o secretário de Comércio Exterior, Welber
Barral, ainda é necessário
fazer ajustes em pontos
cruciais, como logística e
tributos, para estimular a
produção local, mas destaca que as exportações
mostram que a indústria
brasileira já é competitiva
no cenário internacional.
"E, à medida que conseguirmos mais competitividade, eles vão fabricar
aqui", prevê Barral.
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