|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Regras para trem-bala ainda têm lacuna
A um mês do leilão, funcionamento do financiamento público não foi esclarecido; empresas pedem adiamento
BNDES necessita de capitalização a fim de viabilizar o projeto, que possui custo previsto
de R$ 33,1 bilhões
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
A ANTT (Agência Nacional
de Transportes Terrestres)
fez ontem em São Paulo a terceira reunião de esclarecimento sobre o edital de concessão do trem-bala, mas
não explicou o financiamento público do projeto.
Trata-se da principal dúvida dos interessados na obra,
orçada em R$ 33,1 bilhões.
Pelo edital, o BNDES vai financiar 60% ou até R$ 19,9
bilhões (o que for menor) da
ferrovia ligando Campinas,
São Paulo e Rio de Janeiro.
Mas, a apenas 32 dias do
início do leilão, o banco estatal ainda não divulgou os termos e as condições desse financiamento.
CAPITALIZAÇÃO
Apesar de o BNDES já ter
dado informações genéricas
dessas regras, a falta de formalização impede os consórcios de fecharem suas contas. Como o governo fez estudos de viabilidade não conclusivos do trem-bala, as
contas que vão valer são as
que os consórcios apresentarem no leilão.
O BNDES informa que não
há razão para ainda não ter
divulgado as regras. A Folha
apurou que o motivo é que o
banco necessita se capitalizar ainda mais para poder fazer o empréstimo.
Essa capitalização depende da edição de uma medida
provisória destinando mais
recursos públicos para o banco. A medida poderá sair ainda nesta semana.
A falta das regras de financiamento, a não votação no
Congresso Nacional do projeto de lei que cria a estatal que
será sócia do vencedor do leilão e a falta de clareza de como os fundos de pensão vão
participar do negócio fazem
com que parte dos interessados pressione para o adiamento do leilão.
As empresas alegam que o
tempo para que apresentem
os estudos reais do projeto
(cinco meses) foi curto. O estudo do governo, que ele
mesmo não referenda para o
negócio, demorou dois anos.
O empresário Guilherme
Quintella, que formou um
fundo de investimento para
participar do projeto, afirmou que há empresas que
demonstram interesse em
construir e operar o trem-bala, mas que não terão tempo,
após a publicação dos termos do empréstimo, de submeter o projeto real às instâncias de decisão.
Texto Anterior: Após compra, Gávea planeja ter atuação diversificada Próximo Texto: Construtora Rossi faz joint venture em GO Índice | Comunicar Erros
|