São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2011

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BÚSSOLA

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Com a crise, o que esperar da Bolsa? Aplicações mais tradicionais sofrem?

RESPOSTA DO PROFESSOR DA FGV WILLIAM EID JUNIOR - A solução para a crise que o mundo enfrenta passa por ajustes fiscais grandes nos países centrais, principalmente EUA e alguns da Europa, como Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Irlanda.
No caso da Europa, o ajuste também vai afetar França e Alemanha, que são os grandes fiadores da Comunidade Europeia.
Esse aperto fiscal trará redução na atividade econômica nesses países, o que terá reflexos no Brasil.
Mas, mesmo antes da implementação dessas medidas, já observamos uma grande redução na atividade nos países ricos.
Para o Brasil, o primeiro reflexo disso é a redução na quantidade de produtos exportados -afinal os principais mercados não estão comprando. Depois, uma queda em seus preços, principalmente commodities como metais e agrícolas, pela falta de demanda.
Outro reflexo importante é a incerteza em relação ao futuro. E essa incerteza vai durar até os países centrais anunciarem medidas que ajustem suas finanças.
Enquanto isso não acontece, a incerteza impera e aí temos a Bolsa com alta volatilidade e sem nenhuma tendência definida.
Os outros investimentos tendem a sofrer menos, mas também ganham mais risco.
É só pensar num título de uma empresa: em uma situação de crescimento econômico, ele apresenta baixo risco; com a incerteza dominando, porém, seu risco aumenta muito. Afinal, ela tem mais chance de falir.
Investimentos bem tradicionais, como a caderneta de poupança ou o Tesouro Direto, sofrem efeitos apenas nas suas taxas de remuneração, sem grande impacto nos seus riscos.
Já os imóveis, considerados porto seguro, devem sofrer redução de preço.
Afinal, menos atividade significa menos empregos e, portanto, menos recursos para comprar imóveis.


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