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Estacionamento sobe o dobro da inflação
Disputa por terrenos bem localizados e maior venda de automóveis provocam alta de até 21% em um ano, diz IBGE
Preços em São Paulo e no Rio de Janeiro ainda estão bem abaixo dos cobrados no exterior e devem subir mais
Adriano Vizoni - 06.mai.10/Folhapress
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Antigo estacionamento ao lado do Masp, na avenida Paulista, onde será erguido um centro empresarial e um shopping center da construtora Gafisa
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Com estacionamentos virando canteiros de obras e
mais de 8.500 veículos novos
por dia, manter o carro estacionado fica mais caro.
Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço do estacionamento aumentou em média 12,15% nos últimos 12 meses encerrados em agosto.
No mesmo período, o IPCA
(índice oficial de inflação) ficou em 4,49%. Serviços em
geral subiram 6,85%, segundo o Banco Central.
O aumento chega a 21,2%
em Belo Horizonte. Em São
Paulo, a alta foi de 8,73%.
Apesar disso, os preços
ainda estão distantes dos cobrados fora do Brasil. De
acordo com levantamento da
Colliers International, o estacionamento mensal custa em
média R$ 259 em São Paulo e
R$ 288 no Rio.
As cidades com mensalidades mais caras são Londres (US$ 934 ou R$ 1.595) e
Hong Kong (US$ 745, ou
R$ 1.273).
"A alternativa, em Londres, acaba sendo o uso do
transporte público. Só que lá
o serviço tem qualidade.
Aqui, não, e os preços do estacionamento vão subir ainda mais", afirma o diretor-geral da Colliers no Brasil, Ricardo Betancourt.
Betancourt cita também a
expansão da venda de veículos (de janeiro a agosto foram
2,077 milhões, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e o aquecimento do
mercado imobiliário como
motivos da alta dos preços.
ÁREAS VISADAS
Com o boom da construção civil, antigos estacionamentos dão lugar à construção de edifícios, e o aluguel
dos terrenos (40% dos custos
do setor) fica mais caro.
Helio Cerqueira Júnior, diretor da Estapar, empresa líder do setor, afirma que a
oferta de vagas em São Paulo
é precária. Há muitos estacionamentos em áreas visadas
pela construção civil que tendem a desaparecer.
Um exemplo é o estacionamento localizado na esquina
da avenida Paulista com a
rua Pamplona, antigo endereço da família Matarazzo.
Ele fica na região mais cara
de São Paulo, segundo a Col-
liers (diária de R$ 26 e mensalidade de R$ 300), e dará espaço para a construção de
um prédio comercial e um
shopping center.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a torre, com previsão de
entrega em 2014, deve atrair
1.090 carros na hora mais
movimentada da manhã.
Como o rendimento do estacionamento diário é mais
alto, a carência de vagas
mensais é ainda maior.
"Hoje não tem vaga mensal. Recebo até telefonema
de políticos pedindo vaga para a filha na PUC [cujo estacionamento é administrado
pela Estapar]", conta.
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