São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Governo vai mudar modelo de medidor residencial de energia

Resolução que prevê a troca do aparelho analógico pelo inteligente está em consulta pública

Para a Aneel, novo equipamento permitirá maior controle de gasto; mudança deverá ocorrer a partir de 2012

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

O governo quer adotar em todos os imóveis residenciais do país o medidor eletrônico de energia, que permite controle mais eficiente de gastos e operações remotas.
Isso significa que verificações e desligamentos podem ser realizados sem a visita de um técnico.
A resolução que determina a troca do medidor analógico pelo inteligente está em consulta pública até dezembro.
Uma vez aprovada, as distribuidoras terão 18 meses para adotar o novo padrão em trocas de equipamentos quebrados e novas ligações.
Segundo Hugo Lamin, especialista em regulação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a resolução deve ser aprovada no primeiro trimestre de 2011. Os novos medidores deverão, portanto, ser instalados em 2012.
Há a intenção, num segundo momento, de substituir todos os 63 milhões de medidores do país, quebrados ou não. Não há data definida para essa etapa.
Atualmente, 7,4% dos medidores são eletrônicos, e dentro desse pequeno universo poucos têm todos os recursos exigidos pela agência.
"Esse é o primeiro passo para a rede elétrica inteligente no país", disse André Pepitone, diretor da Aneel.
O modelo de rede inteligente, ou "smart grid", no inglês, está disseminado nos EUA, no Canadá, na Austrália, na África do Sul, no México e em países da Europa.
Pela proposta em consulta pública, o novo medidor deverá atender requisitos mínimos, como a possibilidade de mostrar o nível de consumo em cada horário do dia.

HORÁRIO DE PICO
A troca de medidores prepara o sistema elétrico para mudanças profundas, como a adoção de quatro tarifas diferenciadas ao longo do dia.
A energia teria um preço mais elevado em horário de pico, que hoje vai das 19h às 22h, e custaria menos quando a demanda cai. A intenção do governo é diminuir perdas de energia e reduzir horários de pico, que exigem muito da estrutura de transmissão.
O esquema também pretende tornar mais eficientes as cobranças e dar mais opções ao consumidor, que poderá diagnosticar em que horas gasta mais e desligar temporariamente o fornecimento de energia em períodos de férias, por exemplo.
O prazo de 18 meses previsto pela Aneel será para adaptação das distribuidoras e das empresas fabricantes. Há nove delas no Brasil, segundo Hugo Lamin, técnico da Aneel, e nenhuma fabrica o modelo com as exigências definidas pela agência.
O filão que surge já chama a atenção de empresas que trabalham com redes inteligentes. Para Carlos Ramon, gerente geral de novos negócios da americana Silver Spring, em cinco anos o modelo elétrico brasileiro estará completamente mudado.
Os custos da mudança serão bancados pelas distribuidoras e repassados às tarifas. A Aneel diz que os ganhos com a modernização também serão repassados.


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