|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
commodities
Empresas vão investir R$ 27 bi em usinas
Grandes consumidoras de energia, como a Vale, têm que fazer aporte para sustentar plano de expansão, diz estudo
Autoprodutores precisam que energia seja fornecida a um "custo compatível", diz
presidente da Abiape
PEDRO SOARES
DO RIO
Grandes consumidores e
autoprodutores de energia,
como Vale, CSN, Gerdau, Votorantim, Alcoa e Camargo
Corrêa, vão investir, juntos,
R$ 27,3 bilhões na construção de usinas até 2020.
O aporte é necessário para
fazer frente ao avanço estimado de 66% no consumo
das indústrias eletrointensivas -em que a energia representa de 30% a 35% do custo
final dos itens fabricados ou
extraídos por mineradoras e
siderúrgicas, por exemplo.
Essas companhias têm de
construir usinas com capacidade total de geração de
6.033 MW -potência pouco
inferior à das duas hidrelétricas do rio Madeira (Santo Antonio e Jirau)- para suportar
seus planos de expansão.
Os dados estão em pesquisa inédita da Abiape (Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de
Energia) obtida pela Folha.
COMPETITIVAS
Para se manterem competitivas e com custos sob controle, as empresas têm de
produzir, ao menos, 65% da
energia que consomem,
aponta o estudo. Hoje, a autoprodução corresponde a
50% da demanda por energia
dessas companhias.
Segundo Mario Menel,
presidente da Abiape, só com
o volume de investimentos
previsto no estudo elas vão
alcançar a meta e conseguir
se manter competitivas no
cenário global.
O executivo diz que as empresas não sofrem restrição
de capital para investir. Isso
porque deixaram de alocar
recursos na área de energia
desde 2003 em razão da carência de projetos de novas
usinas e da imposição de regras que dificultaram a participação de autoprodutores
nos leilões do governo.
Menel avalia, porém, que a
situação "virou" a partir do
leilão de Belo Monte, neste
ano, quando foi estabelecida
a meta de 10% de participação de autoprodutores nos
consórcios que disputaram a
concessão da usina.
"Achamos que essa premissa vai ser mantida, e os
autoprodutores vão ter uma
fatia assegurada nos grandes
projetos de geração de energia que serão licitados no rio
Tapajós [cinco usinas, com
potência de 10.600 MW]."
Segundo Menel, os autoprodutores se beneficiam do
atual ciclo favorável de preço
das commodities (como aço e
minério), mas precisam ter a
garantia de fornecimento de
energia a um "custo compatível" para planejar investimentos no aumento de produção no longo prazo.
Texto Anterior: Estação vai gerar energia do esgoto em BH Próximo Texto: Autoprodutores de energia Índice | Comunicar Erros
|