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Estação vai gerar energia do esgoto em BH
Mineira Copasa quer queimar biogás do tratamento de resíduos para produzir 90% da eletricidade que utiliza
Economia prevista é de R$ 2,7 milhões por ano; valor da licitação que inclui o projeto e outras ações é de R$ 65 milhões
FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO
A maior estação de tratamento de Belo Horizonte,
responsável por 60% do
abastecimento da capital mineira, usará biogás produzido do esgoto para gerar energia elétrica.
A Copasa, companhia de
saneamento que administra
outras estações na cidade,
prevê implantar o sistema
em outubro. Espera-se suprir
90% do consumo de energia
da ETE (estação de tratamento de esgoto) Arrudas.
O superintendente de gestão de energia Marcelo Monachesi Gaio estima que a
produção permitirá a economia de R$ 2,7 milhões ao ano
no gasto de energia.
Calcula ainda que a emissão de gás carbônico (CO2)
deve cair 3.200 toneladas por
ano. Com isso, a empresa espera obter aval da ONU para
vender créditos de carbono.
O tratamento de esgoto já
libera biogás, com lodo. O
biogás é composto principalmente por metano (CH4) e
CO2. Liberado na atmosfera, o
metano é altamente poluente. Por isso, é queimado para
virar CO2.
O novo projeto pretende
aproveitar essa queima e impedir a emissão de CO2 no ar.
Depois de produzido, o
biogás será purificado e enviado a microturbinas. A
queima acionará um gerador
e produzirá energia elétrica.
A sobra sairá neutralizada,
com "baixíssima" emissão
de compostos poluidores,
avalia a empresa. A iniciativa
faz parte de uma licitação de
R$ 65 milhões, que inclui manutenção e outros projetos,
como reduzir o odor no tratamento de esgoto.
No Brasil, existem projetos
semelhantes ao da Copasa.
Em Barueri (SP), o Centro Nacional de Referência em Biomassa desenvolveu um deles
até 2005. Apesar de ter reduzido em 20% o consumo de
eletricidade, a tecnologia foi
considerada cara.
A Sabesp (empresa de saneamento de São Paulo) espera lançar até o fim do ano
um edital para essa estação.
No Paraná, a Sanepar produz eletricidade a partir do
esgoto em Foz do Iguaçu,
desde 2006, e vende para a
empresa regional de energia
elétrica. A diferença é que
usa um motor a combustão,
não microturbinas.
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