São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Safra de laranja antecipada tem quebra maior

A colheita de laranja avança rapidamente em São Paulo e deverá terminar bem mais cedo do que o normal. Tradicionalmente, vai até março, mas neste ano poderá ser encerrada em 90 dias.
Essa aceleração da colheita ocorre devido ao amadurecimento das frutas, provocado pela seca no período.
As laranjas estão menores e mais murchas, diz Carlos Viacava, da Cutrale.
Segundo o executivo da multinacional, os produtores têm de antecipar a colheita porque as frutas estão caindo. Ele prevê que, apesar da quebra no volume das caixas de laranja, a produção de suco não será afetada.
"O sólido solúvel está mais concentrado porque a laranja contém menos água. Por isso, não há perda no volume de suco", segundo ele.
Com a perda maior no volume das caixas, Viacava admite que a situação é pior para o produtor. Daí ele acreditar ser necessária a adoção de um sistema, como o Consecitrus, que, na avaliação de preços, leve em consideração o rendimento das frutas.
A situação não se agrava mais para os produtores porque os preços tiveram recuperação. O primeiro contrato de suco de laranja está sendo negociado a US$ 1,58 por libra-peso (454 gramas) em Nova York, com alta de 72% em relação a igual período do ano passado.
Para Viacava, a produção de laranja, estimada antes em 286 milhões de caixas -251 milhões para a indústria-, não deverá ocorrer mais. Ele prevê quebra de pelo menos 5% nesse volume.
Não é só no Brasil que ocorre quebra de safra.
Os dados da safra 2009/10 do Usda indicam que a produção da Flórida, principal produtor dos Estados Unidos, recuou para 159,2 milhões de caixas, 16% menos do que na safra anterior.

Um alívio Os brasileiros deixavam transparecer, ontem, a alegria pela mudança na direção da Opic (escritório internacional da carne). A direção da entidade sai da Irlanda e vai para Argentina, nas mãos de Arturo Llavallol.

Aprender Pratini de Moraes diz que, agora, além de produzir, o Mercosul terá de aprender a comandar. Já Llavallol diz que os desafios são vários e não se limitam a barreiras de mercado, mas à elevação dos custos devido ao clima e à sustentabilidade.

Desencontros A euforia se justifica devido à grande pressão que os irlandeses exercem sobre a maior presença da carne brasileira na Europa.

Preços O mercado vai determinar os preços das carnes nos próximos anos, na avaliação de Jerry O'Callaghan, da JBS. Pressões de custos, no entanto, devem manter os preços aquecidos, principalmente os da carne bovina, que ocupa área maior na produção.

Margens A elevação dos preços para os consumidores não significa, porém, maior ganho a produtores e a frigoríficos. Há sempre aperto de margens, diz Lars Hoelgaard, da Comissão Europeia.

Búfala Há dez anos, 60% do leite na Índia vinha de vacas, e 40%, de búfalas. Hoje, os percentuais se inverteram, com o leite de vaca respondendo por 40%, diz Rashid Kadimi, da All Indica Meat.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Mercado Interno

FRANGO
(quilo em SP) R$ 2,00

SUÍNO
(arroba em SP) R$ 58,80

Chicago

MILHO
(dólar por bushel) 5,00

SOJA
(dólar por bushel) 1,11


com KARLA DOMINGUES e TATIANA FREITAS


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