São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Lojas antecipam liquidação de janeiro

Mesmo com crescimento de vendas no Natal, lojistas de shopping fazem promoções para manter consumo em alta

Descontos em lojas de São Paulo chegam a 70%; fluxo de pessoas na semana pós-Natal aumentou na cidade

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Mal passou o Natal, gordos descontos ganham as vitrines dos shoppings de São Paulo para fisgar o consumidor. Ou para evitar que ele largue a isca.
"As vendas natalinas foram ótimas e queremos que a clientela continue comprando", diz Renata Caetano, gerente da Meia de Seda do shopping West Plaza, na zona oeste da capital.
Alguns produtos da loja de lingerie estão com desconto de 70%. E servem de chamariz para a venda de outros itens, com preço cheio.
São várias as lojas adotando essa estratégia neste ano, mesmo quando as vendas de Natal foram 13% maiores que as de 2009, de acordo com a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).
"Geralmente os lojistas antecipam para dezembro a liquidação de janeiro quando o Natal foi ruim, para desovar o estoque", diz Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop.
Também no West Plaza, a Fast Shop, loja de eletroeletrônicos, anuncia: TV de LED (de tela mais fina e alta tecnologia) 30% mais barata.
Como resultado, antes do meio-dia de ontem -duas horas depois de a loja abrir-, o vendedor Maicon Leonel já havia mandado embrulhar dois televisores desse tipo.

"NATAL NÃO PASSOU"
Pelos corredores, eram muitos os consumidores com sacolas ontem.
E a cena se repetia no Bourbon, outro shopping da zona oeste da cidade. "Está bombando. Parece que o Natal não passou", afirma Raimunda Nascimento, operadora de caixa.
E o movimento também era grande no shopping Pátio Paulista, na avenida Paulista, e no Center Norte, zona norte da cidade. Em ambos, a estimativa da administração é que o fluxo de pessoas nesta semana pós-Natal esteja cerca de 10% maior que no mesmo período de 2009.
"Comprar depois do Natal sai mais barato", diz Alexandre Pereira, motorista, de olho em um celular mais moderno na vitrine.
Na M. Officer do Center Norte, que vende roupas e acessórios, era impossível falar com o gerente, dominado por demandas urgentes tanto de clientes quanto de funcionários, na loja cheia.
É uma das atendentes que, entre uma venda e outra, explica a promoção: quem compra três peças leva a quarta por um preço menor.
Na saída, várias sacolas na mão, Fábio Prata, administrador de empresas, confessa. "Vim fazer uma troca e acabei levando mais quatro peças por causa do preço."
"Isso não tem fim. Preciso ir embora logo."


Texto Anterior: Análise: Novo governo deve valorizar Ministério das Comunicações
Próximo Texto: Varejo: Vendas na internet sobem 40%
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.