São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

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Estatais garantem 25% da meta fiscal

Governo recorre a repasses de dividendos de BB, CEF e BNDES para cumprir objetivo de superavit primário em 2010
Mantega admite que precisará abater gastos com investimentos a fim de alcançar o objetivo fiscal do ano

DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES deverão responder, juntos, por quase 25% do superavit primário (economia para pagar juros) que o governo precisa fazer em 2010.
Apesar de este ser um ano em que a economia vai crescer em torno de 7%, o que contribui para elevar a arrecadação de tributos, os bancos controlados pela União continuarão sendo fundamentais para o governo fechar suas contas.
Dos R$ 62,8 bilhões que o governo central (incluindo a Previdência e o BC) economizaram de janeiro a novembro, 22% (R$ 13,8 bilhões) vieram desses três bancos.
Ironicamente, essas instituições são as que mais recebem apoio financeiro do Tesouro para conseguir ampliar suas operações.
Outros R$ 5 bilhões saíram de estatais como Petrobras, Eletrobras e Correios.
No mês passado, não fosse a parcela do lucro que principalmente Caixa e BNDES deixam de investir e repassam ao Tesouro, o superavit primário do mês de apenas R$ 1 bilhão teria sido ainda pior.
Para o secretário do Tesouro, Arno Augustin, isso não é um problema. "Mostra que a União tem estatais com boa rentabilidade." E é ancorado nessa rentabilidade que o secretário diz que poderá economizar, em dezembro, os R$ 13,5 bilhões que faltam para o governo central atingir a meta para 2010.
Segundo Augustin, o superavit de dezembro deverá ser bastante positivo. Isso graças a aumento na arrecadação que, segundo o secretário, virá da cobrança de tributos em atraso e de repasse de dividendos das estatais.
Com dificuldade de cumprir a própria meta, o governo central já admite que não conseguirá fazer economia extra para compensar o desempenho ruim de Estados e municípios. Com isso, terá de abater gastos com investimentos para fechar as contas consolidadas em 2010.
"Pelos dados de novembro, o superavit primário de 3,1% não seria cumprido por causa dos Estados e municípios", afirmou o ministro Guido Mantega (Fazenda).


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