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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Braskem e Solvay podem perder proteção antidumping até fim do ano
Uma proteção comercial
em favor das indústrias petroquímicas Braskem e Solvay pode enfim cair após 18
anos. Parte da produção brasileira de PVC (policloreto de
vinila) pode perder a proteção antidumping. Essa é a segunda ação antidumping
mais antiga no Brasil.
A sobretaxa mais longeva
recai sobre a importação de
sacos de juta da República
Popular de Bangladesh, medida que já supera 20 anos.
A Camex (Câmara de Comércio Exterior) deve decidir
o destino da restrição em relação ao PVC em dezembro.
Hoje, as importações dos Estados Unidos e do México do
PVC-S (um dos três tipos de
PVC) são sobretaxadas.
Uma reunião, no dia 9, deve, pela primeira vez, colocar
frente-a-frente as petroquímicas e os clientes nacionais.
O objetivo dos transformadores (que usam resina na
produção de tubos, conexões, calçados ou peças automobilísticas) é impedir que
o terceiro pedido de renovação da medida antidumping
seja referendado pelas autoridades brasileiras.
Cada renovação garante
cinco anos de sobretaxa.
Neste caso, o importador do
insumo paga, além dos 14%
do imposto de importação,
uma alíquota adicional de
16%, diz a Associação das Indústrias de Laminados Plásticos. A entidade tenta convencer o departamento de
defesa comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio a encerrar
a proteção.
Na avaliação dos transformadores, o fim dessa medida
antidumping ampliará a
competição interna e permitirá ao setor enfrentar a crescente importação de produtos acabados.
Setor diz que demanda supera produção local
Além de pagar sobretaxa
na importação, a capacidade
de produção de PVC no Brasil
já não atende a demanda.
Demanda que tem avançado
com a expansão do financiamento habitacional e da concessão de crédito usado na
compra de bens de consumo
das classes de renda inferior.
Com isso, a previsão do setor é que o país importe 400
mil toneladas dessa resina
neste ano, uma parte dela
exatamente a matéria-prima
usada pela indústria de laminação de plásticos protegida
pela ação antidumping, que
agora é questionada.
A Braskem, por outro lado,
ao ser procurada, defendeu
que a medida seja mantida.
A companhia respondeu
que a ação antidumping está
"prevista no ordenamento
jurídico comercial brasileiro"
e que é importante para assegurar a "competitividade relativa entre o produto importado e o nacional".
A empresa afirma que a
medida não impede a importação. Ela apenas restabelece
a "isonomia competitiva".
Para os transformadores, há
anos essa isonomia já não
existe mais.
"É uma proteção
que não cabe mais.
Enquanto o direito
antidumping protege
os produtores do
plástico, prejudica
outros segmentos da
cadeia industrial. Há
importação de
produto acabado da
Ásia com preço
menor que o nosso.
Essa medida
antidumping virou
aberração"
JOSÉ CARLOS SOARES FREIRE
presidente da Abrapla
DO NORDESTE PARA SÃO PAULO
A pernambucana Hebron Farmacêutica estreia
na capital paulista na próxima semana. "São Paulo
representa 35% do mercado farmacêutico brasileiro.
É a nossa última grande
barreira", diz Josimar Henrique da Silva, presidente
do laboratório, que já atua
nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e
no interior de São Paulo.
A ideia é chegar ao Sul
até julho de 2011.
Para atender o aumento
da demanda, a empresa
destinou R$ 30 milhões na
ampliação da capacidade
de produção, além de investir em pesquisa.
"Vamos ter o primeiro
antibiótico 100% brasileiro
até o fim de 2012", diz Silva.
A meta é faturar R$ 200 milhões a partir de 2012 e investir 10% desse valor em
pesquisa. "Hoje aplicamos
R$ 7 milhões nessa área.
Mas é pouco", afirma.
SABER DISPONÍVEL
A quebra da patente do Lipitor, o remédio mais vendido da Pfizer, decidida na semana passada, pelo Tribunal Regional Federal do Rio
de Janeiro, abriu um imenso
mercado. Outros laboratórios poderão produzir o medicamento para combate ao
colesterol, desde que tenham registro para comercializar a sua versão genérica, que é 35% mais barata
que o remédio de marca. Para o advogado Pierre Moreau, que atuou em casos de
patentes, "assim como se
disponibilizou o conhecimento do Lipitor para todos,
empresários, precisam ter
um olhar para seu negócio
na busca de soluções, com
troca entre empresas, de forma mais eficiente". Da mesma forma, "há oportunidades que se abrem para outros
setores", acrescenta Moreau
que, além de empresário é
também sócio-fundador da
Casa do Saber.
TOBOGÃ
O Wet'n Wild irá investir
R$ 8,5 milhões na ampliação do parque.
A obra receberá 20% de
recursos próprios e o restante virá de financiamento
do Fungetur (Fundo Geral
do Turismo), linha do Ministério do Turismo operada pela Caixa Econômica.
A expansão será realizada em três frentes: implantação de nova atração, área
aquática aquecida e construção de espaço para eventos corporativos.
A taxa de juros dessa linha é de 6,9% ao ano para
contratos com prazo de até
12 anos e de 7,9% ao ano para contratos com prazo acima de 12 anos.
OBRA GARANTIDA
A ampliação das obras de
infraestrutura no país tem
impulsionado o mercado de
seguro garantia -aquele
que tem o objetivo de garantir o cumprimento das obrigações contratuais, como o
prazo de entrega.
De olho nesse crescimento, a Chubb Seguros constituiu uma equipe para atuar
nesse segmento. "O mercado
de seguro garantia cresceu
17% no país no primeiro semestre, estimulado pelo aumento das obras de infraestrutura e por ser mais barato
que uma carta de fiança",
diz Acacio Queiroz, presidente da companhia.
A carteira total da empresa movimentou R$ 497 milhões neste ano até julho,
com aumento de 13,5%, e a
projeção é superar R$ 900
milhões até o fim do ano.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e AGNALDO BRITO
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