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Fundadora vendia camisas em caminhão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A empresa Dudalina, que
já vendeu mais de 52 milhões
de camisas desde a sua fundação, em 1957, nasceu do
espírito empreendedor de
Adelina Clara Hess de Souza,
mãe de 16 filhos, na pequena
cidade de Luiz Alves, no interior catarinense.
"Poderia ser um drama rural, com uma mulher tendo
filhos em casa com uma parteira, um atrás do outro. Mas
ela foi à luta o tempo todo e
construiu o que é, hoje, uma
empresa média respeitada",
diz Sônia Hess de Souza, presidente da empresa e filha de
Adelina.
Sônia conta que a família
tinha uma pequena venda de
secos e molhados. Em certa
ocasião, o pai, Rodolfo Francisco de Souza Filho -que
era poeta- precisou ir às
compras em São Paulo sem a
esposa, que estava grávida.
Seu Duda, como era conhecido, acabou fazendo
uma compra excessiva de tecido, que encalhou na venda.
Adelina viu ali uma boa
oportunidade para fazer negócios.
Ela pegou o tecido, cortou
camisas e chamou duas costureiras para ajudá-la no acabamento.
O negócio foi crescendo e
Adelina precisou alugar uma
casa para continuar a produção. Ela mesma passou a sair
em um caminhão para vender as camisas.
A empresa cresceu e tem
hoje quatro fábricas -em
Blumenau, Luiz Alves, Presidente Getúlio (SC) e Terra
Boa (PR)- e fatura mais de
R$ 170 milhões por ano.
É uma das principais exportadoras de camisas masculinas da América Latina,
sendo responsável por 70%
das exportações de camisas
do Brasil, segundo dados da
própria empresa.
A companhia também é
responsável por parte da produção de grifes como Daslu,
Via Veneto e Zara.
NOS BASTIDORES
Adelina deixou o comando da empresa para seus 16
filhos há mais de 30 anos
-dois deles foram presidentes antes de Sônia, que assumiu em 2003.
No entanto, Adelina nunca deixou de estar presente.
"Enquanto esteve viva [até
2008], todas as terças-feiras
ela vinha almoçar comigo
aqui na empresa. Era a forma
que ela tinha de passar a experiência dela", lembra Sônia, que afirma querer fazer
um filme com a história de
sua família.
"Se "2 Filhos de Francisco"
foi um sucesso, imagina os 16
de dona Adelina?", diz a presidente da empresa.
(GS)
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