São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011

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Punido nos EUA, Google lança nova rede social, a +1

Acordo encerra processo em que empresa foi acusada de violar privacidade de usuários com o serviço Buzz

Companhia passará por auditorias externas; ferramenta lançada assemelha-se ao botão "curtir", do Facebook


DO "NEW YORK TIMES"

O Google está tentando entrar de novo no mercado de redes sociais, enquanto paga o preço pelos erros quanto à privacidade que cometeu em empreitadas anteriores.
A empresa lançou ontem sua mais nova ferramenta social, no mesmo dia em que fechou acordo com a Comissão Federal do Comércio (FTC) norte-americana sobre um processo em que era acusada de práticas enganosas de proteção de privacidade quando do lançamento do Buzz, o serviço de redes sociais do Gmail, em 2010, pelas quais já se desculpou.
Segundo os termos do acordo, o Google vai criar um programa de defesa de privacidade e passar por auditorias externas sobre a questão durante 20 anos; futuras violações de privacidade acarretarão multa de US$ 16 mil a cada ocorrência.
É a primeira vez que a FTC acusa a empresa desse tipo de violação e a primeira ocasião em que ordenou a uma companhia criar um programa de defesa da privacidade, afirmou a comissão.

FERRAMENTA +1
A nova ferramenta social, +1, permite que as pessoas anotem resultados de busca do Google e anúncios, para que possam recomendar páginas da web a conhecidos.
A introdução do +1 e as acusações da FTC colocam em destaque dois dos maiores desafios que o Google está enfrentando: a concorrência do Facebook e as críticas de grupos de defesa da privacidade e autoridades.
Uma preocupação especial para o Google é o fato de que muitas pessoas agora recorrem ao Facebook para buscas, porque confiam mais nos conselhos dos amigos do que nos resultados anônimos de um serviço de busca.
Em entrevista sobre a nova ferramenta, Matt Cutts, engenheiro-chefe de buscas do Google e responsável pelo +1, esforçou-se para enfatizar que a empresa havia aprendido com os protestos quanto a violações da privacidade na época do lançamento do Buzz, que permite que usuários do Gmail compartilhem atualizações, fotos e vídeos.
A introdução do serviço, em fevereiro de 2010, causou uma saraivada de críticas de usuários e grupos de defesa da privacidade porque incluía automaticamente os contatos de e-mail do usuário em sua rede social.
Cutts enfatizou que qualquer coisa que fosse compartilhada por meio do +1 seria informação já considerada pública.
"Caso você não se sinta confortável contando alguma coisa aos seus amigos ou ao mundo todo, basta não apertar o botão do +1", disse.
Com o +1, o Google quer personalizar os resultados de busca, já que quem estiver observando os resultados saberá quantos usuários do Google recomendam uma página, e verá os nomes e fotos daqueles que conheça.
O Google identificará as pessoas que o usuário conhece por meio dos contatos do Gmail e do chat, bem como das listas do Google Reader e Buzz. Posteriormente, o sistema incluirá outros sites sociais, como o Twitter e o Flickr.
Mas não incluirá contatos do Facebook, porque as informações dessa rede não estão abertas para a web, disse Cutts.
O +1 é notavelmente parecido com o botão "curtir" do Facebook, que permite que pessoas recomendem sites e anúncios aos amigos.
No futuro, os provedores de conteúdo na web poderão incluir um botão +1 em suas páginas, da mesma forma que hoje incluem um botão Like do Facebook.
Mas Cutts diz que o novo serviço difere do oferecido pelo Facebook porque "é útil no momento da busca, mas não interfere ou atrapalha a sua sequência de atividades em momentos nos quais as pessoas não desejariam vê-lo".

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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