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editorial
Ao leitor
por VERA GUIMARÃES MARTINS
Enxergar oásis urbanos em metrópoles que cresceram demais e de forma desordenada não é tarefa assim tão difícil, ainda mais em São Paulo, cuja reputação de cidade inóspita, feia e desumana faz bairros e ruas acolhedores sobressaírem na paisagem.
Para eleger os mais cobiçados, Morar pediu a 20 arquitetos paulistanos e cariocas que revelassem seus cantinhos prediletos nas duas maiores capitais do país. Os eleitos, descritos em prosa, estão na reportagem de capa.
Mais complicada é a empreitada que Jayme Serva, publicitário com os pés (literais) na arquitetura, encara pela segunda vez na vinheta Habitante. A São Paulo que ele exibe é bem mais difícil de ver, embora esteja à vista de todos -mas só perambulando pela cidade, como ele, para enxergar um solitário e desgastado Rino Levi escondido sob uma intervenção urbanística desastrosa ou acotovelado entre milhares de edifícios medíocres.
Um dos mais ativos integrantes da moderna arquitetura paulista, Levi (1901-1965) morreu pouco antes de a arquitetura brasileira virar referência internacional, ancorada no então exilado Oscar Niemeyer. A onda arrefeceu sem crescer, como se pode conferir na reportagem sobre arquitetura "made in Brazil".
Quatro décadas depois, na esteira da exuberância imobiliária interna, investidores paulistas cruzam a divisa estadual e apostam em regiões relegadas pelos empresários do Rio, traçando um novo peerfil de mercado e revitalizando áreas desvalorizadas.
Boa leitura e um ótimo verão, festas incluídas.
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