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Que fim levou a URSS

Pró e anti-Putin travam guerra cibernética

Avalanche de mensagens no Twitter atribuída ao governo atrapalha convocação para manifestação por opositores

Organizadores da marcha de hoje em Moscou esperam que 30 mil pessoas participem da ação já autorizada

Ilya Naymushin /Reuters
Na cidade de Krasnoyarsk, na Sibéria, seguidores do Partido Comunista protestam contra o resultado das eleições parlamentares do último domingo
Na cidade de Krasnoyarsk, na Sibéria, seguidores do Partido Comunista protestam contra o resultado das eleições parlamentares do último domingo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, prometeu nesta semana "usar todos os meios legítimos" para reprimir protestos que não foram permitidos pelo governo.

Mas, aparentemente, ele está disposto a utilizar também todos os métodos possíveis para abafar os já autorizados protestos de hoje da oposição em todo o país. E o mais eficaz para combater manifestações convocadas pelas redes sociais é atacar na mesma plataforma que os opositores.

Especialistas identificaram a criação de milhares de contas no Twitter e de uma enxurrada de mensagens sem sentido com a hashtag #Navalny -sob a qual são reunidas os tuítes sobre o blogueiro Alexei Navalny, visto como líder das manifestações no país e que está preso desde a última segunda-feira.

O ataque cibernético, atribuído por ativistas ao governo, serviria para inflar de tal forma a rede que os tuítes reais, convocando para as manifestações, fossem "engolidos" na avalanche de mensagens falsas.

"As mídias sociais se tornaram o campo de batalha de uma nova guerra por liberdade de expressão", disse o especialista Maxim Goncharov, da empresa de segurança Trend Micro, à rede BBC.

Segundo ele, a ação tem todas as características de ter sido coordenada por uma rede de computadores.

Mas os ataques não se limitaram ao mundo virtual. Anteontem, as linhas telefônicas do partido liberal Yabloko e do jornal "Novaya Gazeta" foram paralisadas com uma mensagem gravada. A voz feminina apenas repetia "Putin é muito bom. Putin te ama. Putin torna a sua vida feliz".

SEM PRECEDENTES

Os organizadores dos protestos dizem que esperam reunir mais de 30 mil pessoas hoje próximo ao Kremlin, naquela que será uma manifestação "sem precedentes" no país.

"Esperamos que seja o maior protesto em 20 anos", disse o advogado Ilya Ponomaryov, um dos líderes do movimento de oposição, em coletiva à imprensa.

Até ontem, mais de 50 mil pessoas tinham anunciado intenção de participar dos protestos em uma página do Facebook dedicada a debater as eleições parlamentares do domingo passado.

Além de Moscou, estão previstas manifestações em São Petersburgo, e nas regiões do Ural e da Sibéria.

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