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Putin ironiza manifestações na Rússia

Primeiro-ministro sugere ligação entre manifestantes e oposicionistas e descarta fraudes em eleições legislativas

Candidato à Presidência em 2012, ele acusa os EUA de envolvimento na morte de Gaddafi e ataca senador McCain

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Vladimir Putin, primeiro-ministro da Rússia e candidato às eleições presidenciais de março de 2012, respondeu por quatro horas e meia a perguntas de eleitores em programa de TV, transmitido ao vivo para toda Rússia.

Em meio às maiores manifestações contra o governo na era Putin, ele sugeriu que os manifestantes eram pagos pelos oposicionistas. As manifestações chegaram a reunir cerca de 50 mil pessoas na praça Bolotnaya no sábado, 10 de dezembro, para questionar os resultados das eleições legislativas.

Putin ainda comparou o símbolo das manifestações, uma fita branca atada ao peito, a um preservativo. "Quando vi [a fita branca no peito dos manifestantes] pensei que era uma campanha de combate à Aids", disse.

O primeiro-ministro ainda ironizou a presença de jovens nas manifestações dizendo que isso o deixava feliz. "Se é resultado do regime Putin, não tem nada de ruim.

Ele negou as alegações de fraude declarando que os resultados refletem "a real balança de poder no país".

"Não é que eu queira ter todo poder possível nas minhas mãos. O que fiz foi para manter o país unido", disse.

Putin propôs que, para as eleições presidenciais de 2012, câmeras sejam instaladas nos locais de votação.

Questionando sobre a declaração do senador republicano John McCain, que disse que a Primavera Árabe tinha atingido a Rússia e que seria preocupante para Putin, o primeiro-ministro respondeu que o senador "lutou no Vietnã e tem as mãos sujas de sangue inocente".

Putin ainda acusou os EUA de envolvimento na morte do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi :"Drones, principalmente americanos, atacaram o comboio. Depois, com seus rádios, por meio das forças especiais, chamaram a pseudo-oposição e os combatentes que o eliminaram sem julgamento e sem investigação".

Putin também atacou o governo britânico ao dizer que Boris Berezovsky e Roman Abramovich, seus inimigos, deveriam ser julgados na Rússia e não na Inglaterra. "Seria mais honesto para eles e para nosso país."

"Esse pessoal não pode voltar para a Rússia enquanto eu estiver aqui", reiterou Putin. Ele ainda disse que achou "engraçada" a foto publicada na revista "Kommersant Vlast", na última semana, que mostrava uma cédula com a mensagem "Putin, caia fora", o que resultou na demissão do diretor-geral, Andrei Galiev, e do editor-chefe, Maxim Kovalsk.

Sobre seu virtual opositor nas eleições de 2012, Mikhail Prokhorov, Putin afirmou que é um "rival forte" e não lhe deseja sorte.

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