Chirac é condenado por desvio de verbas

O ex-presidente da França Jacques Chirac foi condenado por desvio de fundos públicos e recebeu uma sentença suspensa de dois anos de prisão. Ele não irá para a cadeia por ter a saúde frágil.

O juiz Dominique Pauthe considerou Chirac culpado de desvio de fundos públicos, abuso da confiança pública e conflito ilegal de interesses.

O veredicto fez de Chirac o primeiro ex-líder francês a ser condenado desde 1945, quando o marechal Philippe Pétain, líder do regime de Vichy, foi condenado por colaboração com os nazistas.

Chirac, 79, que liderou a França entre 1995 e 2007, não estava no tribunal para ouvir o veredicto. Tinha recebido uma dispensa especial depois de médicos terem atestado que ele sofre de problemas neurológicos "irreversíveis" que provocaram "importante perda de memória".

O julgamento aconteceu 20 anos após o crime e depois de mais de uma década de altercações legais.

Durante seu período na Presidência, Chirac gozou de imunidade judicial e se recusou a depor diante do magistrado que investigou o caso, dizendo que isso seria "incompatível" com sua função de chefe de Estado.

Benôit Hamon, porta-voz do Partido Socialista, de oposição, disse que o tribunal apenas fez o que é certo. O julgamento foi tardio, "mas o importante é que foi levado a cabo e a justiça foi feita".

As acusações feitas a ele e nove outros réus, sete dos quais foram condenados, datam de sua época como prefeito de Paris, nos anos 1990.

Apelidado de o caso dos "falsos empregos", dizia respeito a 21 empregos fictícios criados na prefeitura parisiense.

Investigadores estimam que € 1 milhão em salários e honorários foram desviados da folha de pagamentos da prefeitura para remunerar pessoas que trabalhavam para o partido de Chirac.