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Justiça do Iraque pede a prisão de vice do país

Sunita iraquiano mais influente, Hashemi é acusado de terrorismo

Medida deve aumentar a tensão com xiitas após a saída das tropas americanas, no último final de semana

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Autoridades judiciárias aparentemente alinhadas com o governo iraquiano, dominado por xiitas, emitiram ontem uma ordem de prisão contra o vice-presidente Tareq Hashemi, o sunita mais influente do país, sob acusação de atos terroristas.

Hashemi não havia se pronunciado sobre a decisão até a conclusão desta edição.

A ordem de prisão, que aparenta ter motivações políticas, sinaliza um acirramento da tensão entre facções do Iraque no rastro da retirada das forças americanas do país, anteontem.

Segundo um porta-voz do Ministério do Interior, Hashemi foi denunciado por guarda-costas.

Eles teriam revelado que o vice-presidente planejou a morte de várias autoridades.

Canais de TV divulgaram um vídeo no qual homens confessam ter recebido dinheiro para plantar bombas em ruas de Bagdá por onde passavam comboios oficiais.

A identidade dos homens no vídeo e a veracidade de seu depoimento não puderam ser verificados.

Em outra medida controversa visando líderes sunitas, o premiê Nuri al Maliki pediu pessoalmente ao Parlamento um voto de desconfiança contra Saleh al Mutlaq, vice-premiê, acusado de não ter fé no processo político.

A crise entre Maliki e os demais líderes da coalizão que governa o Iraque após o resultado apertado da eleição legislativa de 2010 traz à tona novamente a velha rivalidade entre a maioria xiita (65% da população) e a minoria sunita (35%).

Desde a ofensiva americana de 2003 que derrubou o ditador sunita Saddam Hussein, os sunitas queixam-se de ser constantemente marginalizados pelos xiitas, grandes beneficiados com a mudança de regime.

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