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Análise

Dados reforçam argumentos dos críticos da política de cortes

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

O encolhimento na economia europeia no final do ano passado e a constatação de que ao menos cinco dos 17 países da zona do euro estão oficialmente em recessão colocaram mais lenha na discussão sobre qual a melhor política para sair da crise: adotar medidas para estimular a economia, como defendem os EUA, ou insistir na austeridade e no corte de gastos, que tem sido a tônica no outro lado do Atlântico.

Enquanto os EUA cresceram 0,7% sobre o terceiro trimestre, a Europa caiu 0,3%.

Pior: a economia encolheu em 13 dos 20 países da União Europeia onde já se conhecem os resultados do quarto trimestre.

Em dois (Finlândia e Chipre) não houve crescimento nem retração, e apenas as periféricas Eslováquia (0,9%) e Letônia (0,8%) superaram os Estados Unidos.

Não que exista um modelo único que sirva para todos os países, mas cresce o número dos que defendem que a Europa está indo longe demais na sua busca por equilíbrio fiscal a qualquer preço.

Mesmo o FMI (Fundo Monetário Internacional) já disse que é preciso dosar a austeridade quando as economias estão muito fracas, caso da maioria das europeias.

A queda no consumo interno e nas exportações é o principal motivo para o fraco desempenho do continente.

Com desemprego crescente, redução de benefícios e aumento de tributos, as pessoas deixaram de comprar.

Isso aconteceu por exemplo na Itália, que está tecnicamente em recessão (registrou dois trimestres seguidos de retração econômica).

Mas o consumo também caiu na Holanda, outro país em recessão, cujo desemprego é muito baixo (4,9%).

No caso, o culpado pode ser o medo do que pode acontecer em toda a região.

Os defensores dos cortes argumentam que a situação poderia estar pior sem o freio nos gastos públicos.

Ressaltam o crescimento francês (0,2%) e a Alemanha, que, apesar da queda de 0,2% no PIB do quarto trimestre ante o terceiro, fechou 2011 com crescimento de 3% sobre 2010 -bem acima dos 1,7% obtidos pelos EUA.

Como se vê, há números e argumentos para todos.

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