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Mais de 200 mil já fugiram da violência na Síria, diz ONU

Forças do regime intensificam artilharia e retomam a cidade de Idlib, base de desertores; Assad rejeita proposta de Annan, diz CNN

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

A violência na Síria forçou mais de 200 mil pessoas a deixar suas casas em um ano de revolta contra o regime, estimou ontem a agência de refugiados das Nações Unidas.

Segundo o coordenador para a Síria do Acnur (Alto Comissariado para Refugiados), Panos Moumtzis, 30 mil pessoas fugiram para Turquia, Líbano e Jordânia e cerca de 200 mil foram deslocadas internamente.

Forças sírias intensificaram ontem a artilharia contra áreas residenciais e retomaram a cidade de Idlib, um dos principais bastiões rebeldes. Pelo menos 36 pessoas morreram, segundo ativistas.

Em meio a indícios de novos massacres, a Liga Árabe defendeu uma investigação internacional para apurar supostos crimes contra a humanidade cometidos pelo regime.

Para o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, é preciso uma investigação independente sobre a violência. "Os assassinatos [...] de famílias inteiras podem ser descritos como crimes contra a humanidade."

A cidade de Homs foi alvo de quase um mês de pesados bombardeios, encerrados há duas semanas. Centenas foram mortos, segundo ativistas. A ONU alertou para indícios de execuções sumárias.

O temor de que o mesmo se repita em Idlib, uma das principais bases da milícia de desertores ELS (Exército Livre da Síria), aumentou.

A brutalidade não se limitou ao Exército. Num vídeo obtido pela agência Associated Press, um suposto agente do regime aparece enforcado numa árvore em Idlib.

Mantendo o cronograma de reforma política totalmente rejeitado pela oposição, o governo sírio anunciou ontem que eleições parlamentares ocorrerão em 7 de maio.

PROPOSTA DE ANNAN

Segundo a rede de TV CNN, fontes no governo dos EUA disseram que o ditador da Síria, Bashar Assad, rejeitou as propostas feitas pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, em encontro recente em Damasco.

De acordo com as fontes, Assad respondeu que não reconhece Annan como representante da Liga e que os grupos que lutam contra o regime têm de depor suas armas.

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