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Eleições EUA

Derrotas colocam tática de Romney na berlinda

Favorito entre republicanos já sofre pressão para mudar a sua campanha

Como o voto não é obrigatório, fragilidade do ex-governador pode desestimular eleitores independentes

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Favorito para ser indicado como o candidato republicano à Presidência dos EUA, o conservador moderado Mitt Romney amargou mais duas derrotas em Estados sulistas anteontem para o rival Rick Santorum e já ouve pedidos para rever a campanha.

No Alabama e no Mississipi, o ex-governador de Massachusetts perdeu não só para o principal rival, ultraconservador, como para o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, cuja candidatura está naufragando.

Romney venceu no terceiro Estado a votar terça, o Havaí. Mas a conquista, além de pesar menos, foi ofuscada pelo fato de, até agora, ele não ter recebido a chancela do eleitor mais à direita.

Pesquisas o colocam na frente, e a matemática favorece Romney -o candidato é eleito na convenção partidária por delegados estaduais distribuídos conforme o que dizem as urnas, e ele soma 468 dos 1.144 necessários, ante 237 de Santorum.

Mesmo assim, já pipocam pedidos no partido para o moderado rever a campanha.

"Recado para Mitt R: por favor, por favor, pare de falar em delegados e processo [político]. Concorra à Presidência, não a dirigente partidário local", tuitou o estrategista republicano Mike Murphy.

Romney mantém o discurso de que o que vale é sair-se razoavelmente bem no percentual de votos em cada Estado para obter delegados.

Após as derrotas no sul, porém, analistas questionam o impacto moral da tática sobre o eleitor. "A questão toda é psicológica", disse na CNN na terça-feira o professor de política David Gergen, da Universidade Harvard.

DISCURSO

Votar nos EUA não é obrigatório, e a impressão de que seu candidato é fraco pode desestimular o simpatizante do partido de ir às urnas na eleição para valer, em novembro. O discurso tíbio tampouco mexe com o cobiçado eleitor sem filiação partidária.

Santorum, por sua vez, tem de lidar com a rejeição dos principais dirigentes do partido, que o veem como populista ou radical -e que também votam na convenção.

Mas, com as vitórias de anteontem e com a perspectiva de ganhar na também sulista Louisiana no dia 24, ele se consolida como alternativa para os ultraconservadores -aumentando, assim, a expectativa pela desistência de Gingrich.

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