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Filho de Gaddafi será transferido para uma 'prisão de luxo' na Líbia

Julgamento de Saif causa atrito entre governo do país e corte mundial

CHRIS STEPHEN
DO "OBSERVER"

Por trás de muralha cinzenta e assustadora no subúrbio da capital líbia, Trípoli, fica uma prisão secreta construída para abrigar só um cativo: Saif al Islam Gaddafi.

Em algumas semanas, o filho do ditador Muammar Gaddafi, morto em 2011, será transferido da cidade montanhesa de Zintan para lá, a fim de enfrentar um controvertido julgamento por crimes de guerra que está causando dificuldades entre a Líbia e o Tribunal Penal Internacional.

Para evitar correr riscos com o prisioneiro, o Conselho Nacional de Transição, que governa a Líbia, esvaziou a maior penitenciária da capital e fez uma prisão dentro da prisão para abrigá-lo.

Saif ficará numa casamata projetada de forma a que ele não precise sair, com corredores e portas trancáveis que permitem que ele vá de sua cela aos pátios de exercício. Um ginásio abriga uma quadra de futebol de salão e basquete, embora não se saiba com quem ele poderá jogar.

As condições luxuosas, que incluirão uma mesquita pessoal, cozinheiro, assistência médica 24 horas e TV via satélite, atraíram reações.

"Se Obama viesse aqui, ficaria contente com as acomodações; é só luxo", disse um guarda. "Não é uma prisão; é um complexo de lazer."

Saif, 39, era visto como provável sucessor do pai e, antes da revolta de 2011, força moderada no país. Mas, na guerra, teve papel importante na repressão aos rebeldes. Fugiu de Trípoli em agosto e foi detido em novembro, no Saara, usando roupas de beduíno.

O presidente do governo de transição, Mustafa Abdul Jalil, disse que o julgamento de Saif começará quando a construção da prisão terminar. Mas a decisão de julgá-lo na Líbia enfureceu o TPI, que acusa Saif de crimes de guerra e contra a humanidade.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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