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Atirador francês é morto após cerco de 32h

Mohamed Merah,23, leva tiro na cabeça ao tentar fugir pela janela do banheiro, de acordo com relato do governo

Jovem de origem argelina era acusado pelas mortes de sete pessoas neste mês e dizia ser da Al Qaeda

Thibault Camus/Associated Press
Policial francês é visto na janela do apartamento de Mohamed Merah, em Toulouse, após ele ter sido morto com um tiro
Policial francês é visto na janela do apartamento de Mohamed Merah, em Toulouse, após ele ter sido morto com um tiro

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um cerco policial de 32 horas em Toulouse, no sul da França, terminou ontem com a morte do francês de origem argelina Mohamed Merah, 23.

Merah era acusado de ter matado sete pessoas, entre elas três crianças de uma escola judaica -segundo ele, era uma missão da Al Qaeda. Ontem, um grupo ligado à rede terrorista assumiu a responsabilidade pelas mortes.

A polícia de elite francesa tentava capturá-lo vivo desde a madrugada de quarta-feira, quando teve início o cerco a seu apartamento, numa operação que envolveu mais de 300 policiais.

Segundo o ministro do Interior, Claude Guéant, uma equipe da polícia de elite entrou no apartamento com câmeras robôs para verificar cada cômodo, pouco antes das 7h30 (horário de Brasília).

Enquanto isso acontecia, Merah emergiu de dentro do banheiro "disparando com extrema violência" contra os policiais e então pulou pela janela, ainda atirando, segundo a versão do ministro.

Um atirador de elite teria disparado contra a cabeça de Merah no momento da fuga -causa provável da morte.

"Um exame do corpo mostra que ele recebeu um tiro na cabeça e que usava um colete a prova de balas", disse o procurador François Molins.

O acesso à área, cercada pela polícia, foi vedado à imprensa, dificultando a verificação da versão oficial.

Em um pronunciamento na TV logo após a operação, o presidente Nicolas Sarkozy elogiou o trabalho dos policiais. Ele disse que buscaria mudanças na lei para combater viagens de cidadãos franceses ao exterior para treinamento por grupos terroristas -Merah disse ter sido treinado pela Al Qaeda no Paquistão- e para criminalizar o acesso a websites que "aplaudam o terrorismo". Mas alertou contra a estigmatização dos muçulmanos.

"A França não deve dar vazão à raiva", disse. "Nossos compatriotas muçulmanos não têm nada a ver com os atos de um terrorista. Não devemos embarcar em nenhuma estigmatização."

Sarkozy, que tenta a reeleição em abril, retomou ontem os eventos de campanha -eles haviam sido interrompidos após o atentado à escola judaica, na segunda.

"Esses crimes não são de um louco. Um louco é irresponsável. Esses crimes são de um fanático e de um monstro", disse Sarkozy após comício em Estrasburgo. "Buscar uma explicação para um gesto desse fanático, desse monstro, deixar entrever uma mínima compreensão ou buscar uma mínima desculpa, seria uma falta moral."

A primeira pesquisa para a eleição presidencial feita após o atentado na escola -mas ainda sem o impacto do cerco- mostrou ligeira ascensão de Sarkozy.

Segundo a sondagem do instituto CSA, Sarkozy oscilou positivamente dois pontos e passou a ter 30% das intenções. Seu principal adversário, o socialista François Hollande, manteve 28%.

Em terceiro, a ultradireitista Marine Le Pen, perdeu 2,5 pontos, chegando a 13,5%.

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