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China planeja abertura do setor bancário

Pequim anuncia ainda que deve triplicar a participação de investimentos estrangeiros no mercado de capitais

Medidas ocorrem em meio à desaceleração econômica do país e às vésperas de mudanças no comando do PC

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em meio a um cenário de desaceleração econômica, o governo da China anunciou ontem que pretende pôr fim ao monopólio de bancos estatais e ampliar a cota de investimentos estrangeiros no mercado de capitais do país.

Os anúncios ocorrem em meio à expectativa pela mudança do comando chinês no segundo semestre, com a saída do premiê Wen Jiabao e do presidente Hu Jintao.

Em declarações à Rádio Nacional Chinesa, Wen afirmou que os bancos ganham dinheiro muito facilmente e que seu monopólio sobre os serviços financeiros deve ser quebrado para que as empresas privadas tenham melhor acesso a capital.

"Francamente, nossos bancos têm lucro facilmente demais. Por quê? Porque um pequeno número de grandes bancos ocupa uma posição de monopólio, o que significa que só eles podem dar empréstimos ou capital", disse.

"Por isso, hoje, quando estamos lidando com o tema de fazer com que o capital privado entre no setor financeiro, isso significa essencialmente que temos de quebrar esse monopólio", acrescentou.

Os quatro maiores bancos estatais chineses -Banco Industrial e Comercial da China, Banco da China, Banco da Agricultura da China e Banco da Construção da China- sempre mantiveram um controle quase total do setor de serviços financeiros.

Juntos, e mesmo com a desaceleração da economia, eles obtiveram um lucro equivalente a US$ 99 bilhões (R$ 181 bilhões) em 2011.

Mas, nos últimos anos, Pequim tem feito uma série de experimentos de liberalização econômica em cidades como Wenzhou (leste).

No mês passado, o gabinete aprovou um projeto piloto que deve servir de pilar para uma reforma financeira em nível nacional.

Pelo projeto, investidores privados em Wenzhou podem, por exemplo, criar instituições financeiras como financiadoras e bancos comunitários rurais.

"O governo central está unificado nisso. Wenzhou tem tido alguns sucessos que devem ser replicados nacionalmente. De fato, alguns podem ser iniciados imediatamente ao redor do país", afirmou Wen.

INVESTIMENTO

Ao mesmo tempo, a Comissão Regulatória de Valores Mobiliários da China (CSRC) anunciou que mais do que triplicará o montante que estrangeiros poderão investir no mercado financeiro.

O aumento será de US$ 24,6 bilhões (R$ 45 bilhões), para US$ 80 bilhões (R$ 146 bilhões), pelo programa de Investidores Institucionais Estrangeiros Qualificados (QFII, na sigla em inglês) -a única maneira que os investidores têm de converter moedas estrangeiras para atuar no mercado de capital chinês, em yuan.

Pequim também anunciou o aumento do montante em yuan que os investidores estrangeiros podem levantar em Hong Kong para investir de volta na China continental, de US$ 3,2 bilhões (R$ 5,8 bilhões) para US$ 11,2 bilhões (R$ 20,5 bilhões).

O CSRC disse que o aumento das cotas é um passo importante para "abrir o mercado de capitais para o exterior e explorar ativamente a realização de um renminbi [outro nome para o yuan] livremente conversível na conta de capitais".

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