Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Análise

Dinâmica do crescimento chinês precisa ser alterada

MARTIN WOLF
DO "FINANCIAL TIMES"

A economia chinesa está mudando. Na realidade, precisa mudar.

O balanço de pagamentos da China está enfrentando uma montanha-russa. Assim, entre 2003 e 2007, o superavit em conta corrente subiu de 2,8% a 10,1% do PIB. Em seguida, caiu acentuadamente, para 2,9% em 2011. Ao longo do mesmo período, a proporção das exportações e importações no PIB explodiu e depois voltou a cair.

Na teoria ortodoxa, o nível de superavit e deficit em conta corrente reflete decisões voluntárias de poupar e investir. Países superavitários em poupança, como a China, exportam capital, enquanto países deficitários o importam. Os países superavitários desfrutam de retornos melhores sobre sua poupança; os países deficitários desfrutam de custo menor de investimento. Tudo acontece da melhor maneira, no mais perfeito dos mundos possíveis.

Infelizmente, essa visão otimista pouco tem de plausível após os repetidos choques que as finanças internacionais sofreram nas últimas três décadas, culminando na crise dos países ricos de 2007.

A China trabalhou muito melhor do que eu esperava na eliminação de seus grandes superavit em conta corrente e no comércio externo.

Mas, se o objetivo é que o superavit externo se mantenha estável como proporção do PIB enquanto o ritmo de crescimento econômico se desacelera, a dinâmica de crescimento dos últimos 15 anos teria de ser revertida. Isso seria viável? Talvez. Mas requereria uma imensa expansão do consumo. Isso acontecerá enquanto a economia continua a crescer vigorosamente? É muito provável que não.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.