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'Ocupe' quer voltar para influenciar a eleição americana

Após ter sido reprimido nos EUA, movimento anticapitalista retoma sua agenda e promete entrar na campanha eleitoral

Organização pretende substituir a tática de ocupação de espaços públicos por dias de protestos temáticos

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Depois de hibernar durante o inverno no hemisfério Norte, o movimento "Ocupe", que desde setembro do ano passado protesta contra a desigualdade social e os lucros corporativos, prepara a "Primavera Americana".

Trata-se de uma série de manifestações com o objetivo de influenciar a campanha eleitoral -a eleição à Presidência dos EUA ocorre no mês de novembro.

Ed Needham, um dos porta-vozes do movimento, afirma que os ativistas organizarão atos com foco no financiamento dos candidatos. "Queremos chamar a atenção para a relação explicitamente antidemocrática entre dinheiro e política", diz.

Protestos realizados no último dia 24 foram exemplos da iniciativa -a data foi batizada de "dia contra o poder sujo". Ao menos 14 pessoas que participaram das manifestações foram presas em Nova York.

Para o porta-voz, a eleição presidencial deste ano já começou a ser influenciada pelo "Ocupe". Ele diz que "a expressão desigualdade econômica não apareceu com a mesma frequência em campanhas passadas".

Kay Schlozman, professora de ciência política no Boston College, afirma que o movimento tem condições de inspirar o processo eleitoral, mas relativiza seu impacto até agora. "Não acho que os candidatos republicanos estejam sensíveis aos pleitos defendidos pelo 'Ocupe'."

Ela ressalta que a falta de organização do movimento pode dificultar a conquista de resultados concretos.

O "Ocupe" prepara um dia de protesto contra o custo dos financiamentos estudantis e um conjunto de ações para o 1º de Maio, entre outras iniciativas. Também há planos para uma convenção nacional em julho, na Filadélfia.

Desde setembro de 2011, os ativistas foram despejados pela polícia tanto de espaços públicos como de espaços privados em diversas cidades.

É o caso do "Ocupe Washington", que completou seis meses de duração.

Needham afirma que o foco do movimento não serão mais as ocupações. Entretanto, o "Ocupe" não tem comando central. Nesta semana, ativistas em São Francisco tentaram ocupar um prédio abandonado.

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