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Síria tem protestos e confrontos apesar de trégua acertada

Forças do regime e Exército Livre da Síria se enfrentam; conflitos deixam ao menos 17 mortos, dizem ativistas

Fluxo de refugiados para Turquia aumenta; regime segue usando tanques, embora tenha anunciado sua retirada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A seis dias do esperado início de um cessar-fogo na Síria, rebeldes e o exército voltaram a se enfrentar em confrontos armados, ontem. Segundo ativistas da oposição, foram registrados combates e bombardeios de tanques em várias cidades do país.

Após um acordo entre o enviado especial da ONU, Kofi Annan, e o ditador sírio, Bashar Assad, Damasco anunciou anteontem o início da retirada de suas tropas das cidades sitiadas. Também se comprometeu a uma trégua total a partir das 6h (horário na Síria), do dia 12 de abril.

No entanto, ativistas reportaram disparos de tanques do exército ontem em Douma, Homs, Rastan, Hama e Zabadani. Eles acreditam que as forças de Assad realizam um último ataque para enfraquecer ao máximo a oposição.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado em Londres, soldados trocaram tiros com o oposicionista Exército Livre da Síria. Outro grupo de ativistas, o Comitês de Coordenação Local, informou que forças de segurança dispararam em manifestantes em Qamishli, Hama e Deir Ezzor. Ao menos 17 pessoas morreram.

Restrições ao trabalho da imprensa na Síria comprometem a verificação independente dos fatos.

Jornalistas estrangeiros não têm livre acesso ao país, e a imprensa local é monitorada pelo regime. Esse é um dos seis pontos do plano de paz proposto por Annan: "Autoridades devem garantir liberdade de movimento em todo o país para jornalistas". Há fortes indícios, no entanto, do aumento exponencial do fluxo de sírios em fuga do regime, sobretudo para a vizinha Turquia.

O governo turco cita 23.835 refugiados sírios em seu território. Só anteontem, 2.800 cruzaram a fronteira. A ONU estima que mais de 9.000 pessoas morreram e cerca de 60 mil deixaram a Síria -rumo também à Jordânia e ao Líbano- desde o início da revolta, em março de 2011.

O fluxo aumentou desde que a oposição armou-se contra o regime de Assad, no final do ano passado.

Ontem, o chanceler turco Ahmet Davutoglu disse que a questão dos refugiados sírios se tornou "um problema internacional". E alertou a ONU de que precisará em breve de ajuda para assisti-los.

Uma equipe das Nações Unidas está em Damasco, negociando o envio de monitores da organização para monitorar o cessar-fogo.

Se a trégua for bem-sucedida, uma força de paz enxuta da ONU (250 observadores) será enviada ao país. Na próxima quarta, Annan viaja ao Irã para tentar assegurar o apoio de Teerã, aliado de Assad, ao plano de paz na Síria.

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