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Argentina deve aprovar a expropriação da YPF hoje

Presidente Cristina Kirchner conta hoje, no Senado, com 59 dos 72 votos possíveis

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O projeto que determina a expropriação de 51% da petroleira YPF, subsidiária da espanhola Repsol, deve ser aprovado hoje no Senado argentino com ampla maioria.

O governo tem apoio de senadores do tradicional partido rival do peronismo, a UCR (União Cívica Radical), e dos socialistas. No total, já possui 59 votos dos 72 possíveis. A medida, proposta pela presidente Cristina Kirchner, deve passar a ser lei em maio.

O partido radical encontra-se dividido. O deputado Oscar Aguad, um de seus principais líderes, propôs criar comissão para rever o apoio à medida. Por enquanto, tem sido uma voz solitária.

"A UCR tem um vínculo com o petróleo que remonta ao nascimento da YPF durante um governo radical [de Hipólito Yrigoyen]. Mas as velhas bandeiras não são dogmas, e deveríamos pensar duas vezes antes de votar com o governo", disse à Folha.

Para ele, a lei é ruim, em primeiro lugar, porque a nacionalização não garante a autossuficiência, que é o argumento dos kirchneristas. "Foram as políticas do governo que impediram que a YPF produzisse mais", diz.

Em segundo, por conta do desgaste da imagem da Argentina. "Os investimentos no país serão arruinados por uma geração. Vamos espantar os investidores assim."

Aguad considera ainda um "erro tático" o fato de parte da UCR estar apoiando o projeto e diz que o episódio marca mais um capítulo da "crise do radicalismo". "Já estávamos debilitados como oposição, agora mais ainda."

O comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, disse que a Argentina sofrerá "por muito tempo" as consequências da expropriação. O ministro do Interior, Florencio Randazzo, respondeu que as consequências serão "absolutamente favoráveis ao desenvolvimento nacional".

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