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Cristina defende estatização de petroleira

Em discurso para 150 mil em estádio de futebol, presidente argentina lembra Néstor e chora

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Sob uma chuva de papel picado, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, terminou chorando o discurso em comemoração aos nove anos da eleição de seu marido, Néstor (1950-2010).

Um a um, abraçou os integrantes da cúpula de seu governo - o vice-presidente, Amado Boudou, e vários ministros, entre eles sua cunhada, Alicia Kirchner (Desenvolvimento Social).

Também cumprimentou representantes de grupos de direitos humanos que estavam nas primeiras filas, como a líder das Mães da Praça de Maio (Hebe de Bonafini) e a das Avós (Estela de Carlotto).

O ato ocorreu ontem, no estádio do Vélez Sarsfield. Contou com a participação de diversos grupos políticos que apoiam o governo. Entre eles, La Cámpora, Juventude Peronista, Movimento Evita.

PETROLEIRA YPF

As bandeiras dos grupos eram tão grandes que, em várias partes do estádio, ficou difícil ver o palco. Havia também pessoas portando bandeiras da Venezuela e outras com o logo da YPF -petroleira controlada pelo grupo espanhol Repsol, cujas ações o governo Cristina expropriou.

Também se podiam ver cartazes com o logo da YPF, mas com as letras trocadas, onde se lia "CFK", as iniciais de Cristina Fernández de Kirchner. Bem diante do lugar a partir de onde a mandatária discursou por quase 40 minutos, um imenso boneco de Néstor Kirchner empunhava os dizeres "aguante, morocha" (fique firme, morena, em tradução livre).

Ainda enlutada, ela citou o que vê como pontos altos da gestão dos Kirchner: julgamento de militares, impulso à industrialização, posicionamento contra o FMI e nacionalização da YPF.

Disse que novos tempos exigem "novas formas de intervenção e participação do Estado junto ao setor privado" e que o governo "não pode abrir mão das responsabilidades políticas, econômicas e sociais". Celebrou, ainda, a adesão dos jovens à política.

Esses, por sua vez, não paravam de cantar hinos da militância (como "Soldados do Pinguim", em homenagem a Néstor) e gritos de guerra ("Pátria sim, colônia, não").

Ao final, ela aproximou-se do público (150 mil pessoas, segundo dos organizadores) e abraçou alguns fãs.

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