Holanda mantém plano do governo de proibir maconha

A Justiça da Holanda deu ontem seu aval ao plano do governo que proíbe a venda de maconha a turistas estrangeiros em cafés, anunciado em 2011.

A decisão, que referenda o que o Executivo já decidira, foi tomada pela Corte do Distrito de Haia e, por enquanto, valerá só para as províncias do sul holandês a partir do próximo dia 1º.

Na capital, Amsterdã, e em outras regiões a medida deve vigorar apenas em 2013, se o governo também vencer na Justiça. O plano prevê transformar as "coffee shops", onde a venda de maconha é legal, em clubes privados restritos a holandeses, com até 2.000 membros.

Atualmente existem mais de 650 "coffee shops" funcionando na Holanda, dos quais 214 na capital.

"Amsterdã também terá de reforçar essa política", afirmou Job van de Sande, porta-voz do Ministro de Segurança e Justiça.

O advogado dos donos dos cafés autorizados a vender a droga, Maurice Veldman, afirmou que vai entrar com um recurso na corte nacional de Haia contra a proibição.

"É uma decisão ruim não apenas para estrangeiros, que agora serão discriminados, mas para a imagem da Holanda em outros países. Não somos mais um país livre", disse Veldman.

CRÍTICAS

Apesar do apoio à medida em boa parte do país, os moradores de Amsterdã não concordam com a proibição.

O prefeito Eberhard van der Laan ainda espera fechar algum tipo de acordo com o governo nacional.

A porta-voz da prefeitura, Tahira Limon, afirma que a lei não resolve o problema do tráfico e cria novos, como a venda de maconha por traficantes de drogas pesadas, como cocaína e heroína.

Ela afirma que 23% dos cerca de 5 milhões de turistas que visitam o país vão a um café que vende a droga durante sua estada.

A medida ainda pode ser revista, já que o governo conservador, que estipulou a proibição, foi dissolvido na semana passada. Novas eleições estão previstas para setembro.