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China reduz ciclo de crescimento a um dígito

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Após três décadas de crescimento anual em torno de 10%, a China deixou claro que abandonou as taxas de dois dígitos. Mas a reorientação da segunda economia mundial rumo a um "pouso suave" poderá ser turbulenta para seus fornecedores de commodities, como o Brasil.

"Nada ocupa mais o pensamento da liderança chinesa que a perspectiva de desaceleração longa e sustentável do crescimento", avalia o economista Nicholas R. Lardy.

Em março, o premiê Wen Jiabao anunciou que o parâmetro de crescimento deste ano é de 7,5%, abaixo dos 8% estabelecidos desde 2005. O Plano Quinquenal (2011-2015) fixou em 7% a média anual.

As projeções, porém, ainda indicam que a China continuará em expansão. A maioria indica taxa de 8,5% para 2012 -como é a praxe, ficará acima das metas oficiais.

Lardy prevê o fim do ciclo da construção de moradias como motor da economia chinesa, com impacto negativo para exportadores de matérias-primas como minério de ferro -o que inclui o Brasil.

"Os exportadores de commodities que aproveitaram o 'boom' da construção terão tempos muito mais duros."

Com menos ênfase em investimento, o governo planeja "subir a escada" na economia mundial apostando em indústrias de alta tecnologia e na expansão do consumo via distribuição de renda.

Mas essas metas são parte do discurso do regime há uma década, sem maiores avanços até agora. E dificilmente haverá medidas mais fortes neste ano, quando a atenção estará voltada à troca na cúpula do Partido Comunista.

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